Foi entregue na manhã de terça-feira, 11 de agosto, a pauta de reivindicações da categoria bancária para a negociação salarial deste ano. O documento chegou às mãos da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) entidade sindical representante da classe patronal através do Comando Nacional dos Bancários, uma comissão eleita que representa os trabalhadores. A data-base da categoria é 1.º de setembro.
A apresentação da minuta à Fenaban foi realizada em São Paulo, pelo presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro.
Os representantes dos trabalhadores destacaram a preocupação com a alta rotatividade no setor bancário. “Somente em 2009 foram 30 mil demitidos”, salienta Elias Hennemann Jordão, presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR), um dos representantes do Paraná no Comando Nacional. “A Fenaban rebate esse fato e alega que a rotatividade é baixa comparada com outros segmentos e que fica dentro do sistema financeiro, sugerindo que os trabalhadores passam de um banco para outro, mas nós sabemos que essa medida reduz o salário dos bancários”, enfatiza Jordão.
“A economia brasileira vive um momento de crescimento e o sistema financeiro está tão bem quanto ou ainda melhor. Os balanços mostram lucros exorbitantes, que equivalem de 25% a 30% do patrimônio líquido dos bancos. Diante disso, sabemos que os patrões têm plenas condições de atender as reivindicações dos trabalhadores”, afirma Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e membro do Comando Nacional.
A Fenaban se comprometeu em realizar debates internos ainda no mês de agosto para analisar a minuta de reivindicações dos trabalhadores e agendar a primeira rodada de negociações o mais breve possível.
É consenso entre o Comando Nacional e a entidade patronal para que neste ano a negociação seja feita através do diálogo, na mesa de negociação, sem a necessidade de intervenção judicial.
Demandas
As reivindicações estão centradas nos eixos remuneração, emprego com igualdade de oportunidades, saúde do trabalhador e segurança bancária. Os bancários querem reajuste salarial de 11% (inflação do período mais aumento real); piso salarial de acordo com o calculado pelo Dieese (R$ 2.157,88); Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 4 mil fixos; benefícios como auxílio refeição, cesta alimentação e auxílio creche no valor de um salário mínimo cada.
Além das reivindicações econômicas, neste ano a campanha está focada nas melhorias em saúde, segurança e condições de trabalho. Os bancários reivindicam redução das metas abusivas, combate ao assédio moral, prevenção contra riscos de trabalho, ampliação de equipamentos de prevenção, apoio às vitimas de assalto e sequestro, inclusive com estabilidade provisória.
A questão das metas também está atrelada à reivindicação pela contratação dos trabalhadores pela remuneração total. Grande parte dos ganhos dos bancários está atualmente vinculada ao cumprimento de metas, prejudicando a saúde dos trabalhadores.