Milhares de imóveis, dos mais simples aos mais sofisticados, estão sendo mostrados durante a Feira de Imóveis do Paraná, que acontece desde a última quarta-feira no Estação Embratel Convention Center, em Curitiba. Para quem ainda não foi conferir as novidades do setor, hoje é o último dia para conhecer o que construtoras e imobiliárias têm a oferecer. Segundo estimativa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), organizadora do evento, a expectativa é gerar R$ 50 milhões em negócios durante e após a feira.
?A opinião geral é muito positiva. O movimento tanto quantitativo como qualitativo está muito bom?, avaliou o presidente da Ademi-PR, Alberto Veiga. Para Veiga, a feira está acontecendo no momento certo. ?A gente já sentia que o mercado estava se aquecendo. Depois de um período muito ruim, de cinco a seis anos, vimos que nos últimos dois meses a curva (de vendas) estava finalmente apontando para cima?, afirmou.
Segundo o presidente da Ademi-PR, tradicionalmente sábado costuma ser o melhor dia da feira, em termos de negócios. Mas para hoje, as expectativas também são bastante positivas. ?Mesmo aqueles que só vêm passear acabam gostando dos imóveis e já iniciam o processo de compra, conversam com a família e tomam a decisão mais para frente?, analisou.
O diretor da Apolar Imóveis, franquia centro, Júlio César Cattaneo, confirmou que o mercado de imóveis em Curitiba está de fato aquecido. ?O mercado está verticalizado. Ou seja, quem já tem um imóvel está buscando um imóvel melhor e complementando a diferença com um financiamento. Assim, quem mora em apartamento de um ou dois quartos, busca outro de dois ou três quartos?, apontou. Nos dois primeiros dias de feira, a Apolar fechou a venda de três apartamentos. Até o último dia, segundo Cattaneo, é totalizar a venda de pelo menos 20 imóveis. Os mais procurados, de acordo com o diretor da Apolar, são apartamentos de três quartos, na faixa de R$ 80 mil, podendo chegar até a R$ 100 mil. As linhas de financiamento oferecidas pelos bancos, observou Cattaneo, têm contribuído para as vendas.
Com casamento marcado para o final do ano, o casal Rodrigo dos Santos, 32, e Marion Dequeche, 27, foi conferir as novidades da feira. A intenção, segundo Rodrigo, é comprar um apartamento de três quartos nos bairros Água Verde ou Champagnat, na faixa de R$ 180 mil. ?Há muitos imóveis disponíveis. Nós já fomos visitar pelo menos uns trinta?, afirmou Rodrigo. Segundo ele, com tantas ofertas no mercado, é preciso pesquisar muito antes de fechar o negócio. ?Tem que procurar, ver, rever, e só aí fazer alguma coisa?, ensinou.
Vistoria digital
Uma das novidades presentes na feira é o novo modelo de vistoria imobiliária, que consiste em um laudo técnico pericial que agrega fotografias digitais, código de barras e, ainda, um vídeo gravado em DVD. ?Nos cercamos de todos os cuidados para criar um sistema que demonstre o real estado de conservação do imóvel de forma precisa, imparcial e segura, que não gere dúvidas entre as partes?, explicou o engenheiro Renato Botareli, que desenvolveu o software exclusivo para o setor. Além da Priviza, que apresenta o novo sistema de vistoria, estão presentes na feira importantes marcas da construção civil, como a Construtora Hugo Peretti, Rossi, Santo Remo, J.A Baggio, Grupo Ln, entre outras, além de imobiliárias como a Dimensão, Casteval, JBA, José Souza, Thá, Rede de Negócios Imobiliários e outras.
Serviço: A Feira de Imóveis do Paraná acontece hoje, das 14h às 21h. A entrada é franca, mas a organização pede um quilo de alimento não-perecível, que será doado para o Hospital de Clínicas e Pequeno Cotolengo.
Formas de financiamento exigem cautela e atenção
Os interessados em comprar um imóvel, novo ou usado, através de financiamento, devem estar atentos a alguns detalhes na hora de firmar o contrato com o agente financeiro. A taxa de juros do contrato, por exemplo, não pode ultrapassar a 12% ao ano e as parcelas do financiamento não devem ocupar mais de 30% da renda familiar. E, antes de tudo, é imprescindível visitar o imóvel que se tem em vista.
O alerta é da Associação Nacional dos Mutuários (ANM-PR). De acordo com o presidente da entidade, Luiz Alberto Copetti, os planos de financiamento estão sendo firmados pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), o que dá mais garantia ao agente financeiro. ?O mutuário que atrasa uma parcela do financiamento do imóvel pode ser despejado dentro de 90 dias. O comprador deve estar atento a todas as cláusulas do contrato para não cair em armadilhas?, adverte Copetti.
Contratos que utilizam a metodologia de cálculo da Tabela Price também devem ser evitados. O método capitaliza os juros estipulados nos contratos imobiliários, o que é proibido por lei no País. O cálculo obriga o mutuário a pagar até cinco vezes o valor inicial do financiamento do imóvel. ?É fundamental que o comprador avalie o valor final, ou seja, o valor inicial mais os juros do parcelamento, previsto ao final do pagamento do imóvel. Em alguns contratos o mutuário acaba pagando três imóveis ao invés de um só?, explica o presidente da ANM. Outro conselho é procurar fazer o financiamento o menor valor e menor tempo possíveis.
Os mutuários que já adquiriram contratos de financiamentos de imóveis e estão em dúvida sobre os valores pagos, podem entram em contato com a ANM. Técnicos especializados farão o recálculo da dívida e darão assessoria jurídica para orientar o mutuário sobre os procedimentos que devem ser tomados. O telefone da associação é (41) 3233.5504.