A segunda redução consecutiva deste ano no valor da cesta básica em Curitiba, com março apresentando queda de 0,02% e deixando o custo em R$ 246,11, nem foi percebida pela maioria dos consumidores curitibanos que tem no feijão preto, um dos alimentos favoritos nas principais refeições. O valor da leguminosa disparou mais uma vez, apresentando 3,65% de alta somente no mês passado, e fazendo com que a diferença entre o que o consumidor pagava em janeiro deste ano e agora, seja 15,38% superior.
Para o economista do Dieese-PR, Sandro Silva a expectativa é de que com o início da safra, o feijão venha a apresentar uma queda nos próximos meses. Porém, o recuo não deve superar as elevações registradas desde o final de 2011. “Apesar de haver uma expectativa positiva sobre a produtividade das duas primeiras safras de feijão preto no Paraná, a área cultivada caiu em 16%, o que deve fazer com que a oferta de produto seja menor, pressionando os preços ao longo do ano para cima”, explicou.
Dos 13 produtos analisados para a formação do índice, nove ficaram mais caros, três registraram queda e o arroz permaneceu estável. A carne bovina subiu 0,14% no mês, mas acumula no ano 4,25% de queda e, de acordo com o Dieese, até maio deve seguir sem grandes reajustes. “A recomposição das pastagens é o principal motivo desse comportamento do preço da carne, mas a partir de maio essa situação muda e pode impactar bastante no preço final da cesta”, aponta Silva.
Os produtos que apresentaram quedas nos preços foram: tomate (2,15%), leite (1%) e banana (5,52%). “Os produtos que tiveram redução de preço em Curitiba se repetiram no restante do país mas, como já vinham ensaiando uma tendência de baixa em fevereiro, caíram menos. O tomate, por exemplo, só recuou 2,15%, porque em fevereiro já havia mostrado 31,62% de baixa”, comparou. Diante dos 0,02% de queda na cesta básica em Curitiba, a capital ficou em nona posição no ranking entre as 17 capitais analisadas.