economia

Federação de engenheiros vai à Câmara e critica mudança em conteúdo local

Durante uma reunião na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira, 30, a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) se posicionou contra a política de conteúdo nacional definida pelo governo federal. Em comunicado, a entidade afirma que voltou a defender que o governo reveja as regras a fim de auxiliar a retomada da produção industrial e geração de empregos.

A FNE representa 500 mil engenheiros e participou de reunião da comissão geral realizada no plenário da Câmara para debater as novas regras de conteúdo local para petróleo e gás. A entidade foi representada pelo consultor Artur Araújo que expôs, na tribuna do plenário da Casa, a perda da oportunidade de novo ciclo de desenvolvimento e risco de demissão maciça de engenheiros e de trabalhadores. “Ou o governo modifica essa política e retoma os porcentuais anteriores de conteúdo local ou o País abandonará uma rota de desenvolvimento do valor agregado” afirmou Araújo.

Em fevereiro, o governo federal definiu uma nova política de conteúdo local reduzindo os porcentuais mínimos exigidos. Foi decidido que para a área marítima (atividade que concentra a exploração e produção de petróleo no Brasil) os porcentuais mínimos de conteúdo local serão de 25% para a construção de poços e de 18% na atividade de exploração.

A FNE defende que esses porcentuais são baixos e que a mudança prejudicará o setor industrial nacional, impedindo os fabricantes brasileiros de se tornarem fornecedores dos segmentos de petróleo e gás e naval. “A estimativa da FNE é que essa política custará, em nossa categoria, 5 mil empregos. E estamos falando de 5 mil empregos dos mais categorizados, 5 mil fontes de conhecimento”, enfatizou Araújo.

Representantes do setor produtivo também firmaram posição na reunião da Comissão Geral expondo a contrariedade dos empresários em relação à nova política de conteúdo nacional. O presidente executivo da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, disse que a recente medida do governo federal levará à demissão de mais de 1 milhão de trabalhadores. “Iremos demitir em vez de gerar trabalho e poderíamos estar gerando mais de 1,5 milhão de empregos”, disse.

Ele informou que, nos últimos anos, o setor industrial investiu US$ 60 bilhões para se preparar para a ampliação do setor de indústria e gás. “Isso será perdido.”

O presidente da comissão, deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA), disse que representantes de sete frentes parlamentares pedirão audiência aos presidentes da Câmara e do Senado para negociar um encontro com Michel Temer.

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