O Federal Reserve pode ter calma para elevar as taxas de juro porque a inflação e os salários permanecem baixos, disse o presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren. “Uma abordagem lenta da política monetária pode ser prudente para esperarmos de modo mais confiante que a inflação retorne à meta de 2% durante os próximos anos”, disse Rosengren em nota preparada para o encontro anual da Associação Econômica Americana em Boston.

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“Tal paciência também dará suporte ao mercado de trabalho, aumentando as chances de muitos americanos que foram adversamente impactados pela crise financeira, por várias recessões e por uma lenta recuperação”, destacou ainda.

O Fed deve começar a subir este ano a taxa de referência dos EUA, que está próxima de zero desde dezembro de 2008, diante de sinais de saída da economia da crise financeira de 2007-2009 e da recessão. O momento preciso continua indefinido, embora a presidente do Fed, Janet Yellen, tenha dito em dezembro que a primeira alta de juro não deveria acontecer nas duas próximas reuniões do comitê de política monetária, de janeiro e março.

Rosengren disse que o momento da primeira elevação do juro dependerá dos indicadores econômicos. Mas observou que “enquanto os participantes do mercado se preocupam se o aumento acontecerá em abril, junho ou agosto, a maior parte dos modelos econômicos mostra que as implicações macroeconômicas da diferença de uma data para a outra é pequena”.

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Quando o juro começar a subir, disse Rosengren, o movimento não será rápido ou em tão grande escala quanto antes da recessão. Segundo ele, a baixa inflação global permitirá “um processo de normalização mais gradual do que tipicamente acontece” e “com tão pouca pressão dos salários e dos preços, e um crescimento relativamente lento da produtividade, é possível que as taxas não se normalizem para o mesmo nível de antes da crise financeira”.

Uma complicação potencial, acrescentou, é a perspectiva não comum de divergência entre as economias avançadas, com algumas apertando o crédito e outras continuando a adotar políticas ultra flexíveis. O Fed e o Banco da Inglaterra têm preparado o terreno para eventual alta de juro, enquanto o Banco do Japão recentemente lançou um programa de estímulo e o Banco Central Europeu sinalizou que poderá dar início a um programa de compra de ativos de larga escala este ano.

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Rosengren não é membro votante do comitê de política monetária do Fed este ano, mas participa das discussões. Rosengren tem apoiado uma ação agressiva para dar sustentação à economia. Fonte: Dow Jones Newswire.