Em um inesperado movimento, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) elevou sua taxa de juros da linha de redesconto – usada para empréstimos de emergência concedidos aos bancos – em 0,25 ponto porcentual para 0,75%, mas enfatizou que a medida não representa um aperto mais amplo no crédito. O banco central disse que o aumento na taxa de redesconto faz parte dos esforços para retirar os estímulos de emergência implantados durante a crise financeira e que a nova taxa entrará em vigor a partir de amanhã, sexta-feira (dia 19).
“Com o fechamento de um número de programas de crédito extraordinários no início deste mês, essas mudança têm como objetivo uma normalização adicional dos programas de empréstimos do Federal Reserve”, diz o comunicado postado pelo banco central em seu site.
Membros do Fed vinham sinalizando há algum tempo que pretendiam começar a elevar a taxa de redesconto quando as condições nos mercados financeiros assim permitissem. Eles reduziram agressivamente a taxa no início da crise financeira para dar aos bancos comerciais um incentivo extra para usarem as linhas de empréstimo de emergência do banco central e continuaram a reduzir o juro à medida que a crise piorava. Com a necessidade por crédito de emergência diminuiu, o Fed elevou a taxa de redesconto que estava em 0,50%.
Em tempos normais, a taxa de redesconto fica um ponto porcentual acima da taxa dos Fed Funds, muito mais importante, que é a taxa que os bancos usam para remunerar os empréstimos interbancários de um dia (overnight). A meta do banco central para a taxa dos Fed Funds continua entre zero e 0,25%.
O aumento na taxa de redesconto é o primeiro passo em direção à retomada da normalização diferença entre as duas taxas para um ponto porcentual. “O Fed vai avaliar ao longo do tempo se aumentos adicionais no spread são apropriados em vista da experiência com o spread de 0,50 ponto porcentual”, diz a nota do banco central. As informações são da Dow Jones.