Os integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) decidiram, por unanimidade, elevar a taxa dos Fed funds em 25 pontos-base, para a faixa entre 2,25% e 2,50% nesta quarta-feira. A decisão marca o quarto aumento nos juros pela autoridade monetária dos Estados Unidos este ano, que voltaram a atingir o maior nível desde março de 2008. A elevação era largamente esperada pelos agentes do mercado.

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Ao justificar a decisão de dar prosseguimento ao processo de aperto monetário iniciado em dezembro de 2015, o Fed afirmou, em comunicado, que as informações recebidas desde a reunião do FOMC realizada em novembro indicam que o mercado de trabalho dos EUA “continua se fortalecendo” e que a atividade econômica americana apresenta expansão a um ritmo “forte”.

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No início deste mês, o relatório de empregos do país mostrou que o salário médio por hora do trabalhador americano avançou 3,1% na comparação anual de novembro, no ritmo mais acelerado visto no atual ciclo de expansão econômica. Além disso, índices de atividade medidos pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês) continuam a alcançar níveis robustos, enquanto o consumo e a produção industrial se mantiveram em níveis robustos e acima do esperado pelos mercados.

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Nesse sentido, o Fed pontuou que os gastos das famílias cresceram fortemente e destacou que os investimentos fixos das empresas diminuiu em relação ao ritmo acelerado visto no início do ano, o que já havia sido enfatizado em novembro. Quanto à inflação, o banco central disse que os índices de preços continuam próximos da meta de 2%. O núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que exclui itens voláteis, como alimentos e energia, apresentou alta de 2,2% na comparação anual de novembro, mostrando leve aceleração em relação aos dados do mês anterior.

Ainda no documento, o Federal Reserve reiterou que espera aumentar as taxas de juros de maneira gradual, o que seria “consistente com a expansão sustentada da atividade econômica, condições fortes do mercado de trabalho e inflação próxima da meta simétrica de 2%”. Além disso, de acordo com a autoridade monetária americana, os riscos para a perspectiva econômica permanecem mais ou menos equilibrados, “mas continuaremos a monitorar a evolução econômica e financeira global e avaliar suas implicações para as perspectivas econômicas”.

Nos últimos dias, o presidente dos EUA, Donald Trump, subiu o tom contra a elevação de juros pelo Fed efetuada nesta quarta-feira. Em sua conta no Twitter, o republicano afirmou, na manhã de terça-feira, que o banco central não deveria deixar o mercado “ainda mais ilíquido do que já está”. Trump pediu para que os dirigentes “sintam o mercado e não se baseiem apenas em números inúteis”.

Além disso, o banco central se comprometeu a avaliar as condições econômicas para alcançar seus objetivos de emprego e de inflação. “Essa avaliação levará em conta uma ampla gama de informações, incluindo medidas das condições do mercado de trabalho, indicadores de pressões inflacionárias e expectativas de inflação e leituras sobre desenvolvimentos financeiros e internacionais.”