O Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve (banco central americano) elevou a taxa básica de juros do país em 0,25 ponto percentual, situando-a em 3,75% . Havia a expectativa de que o banco poderia fazer uma pausa no ciclo de aumentos de juros, em ação desde junho do ano passado (quando a taxa estava em 1% ao ano, menor desde 1958), para esperar para ver quais efeitos a destruição causada pelo furacão Katrina, no fim do mês passado, teve sobre a economia do país.

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Essa foi a 11.ª elevação promovida pelo Fed desde junho de 2004, quando o chairman Alan Greenspan e outros dirigentes da instituição decidiram manter a inflação sob controle por meio desses avanços. Em nota divulgada depois da reunião, o Fed confirma que provavelmente haverá mais elevações ?moderadas? nos próximos meses. O Comitê de Mercado Aberto se reunirá novamente no dia primeiro de novembro.

O banco adotou a política de aumentos de juros para evitar que a inflação disparasse no país, com a retomada do crescimento em que a economia dos EUA embarcou desde o ano passado. A inflação, no entanto, vem ganhando força. O CPI (sigla em inglês para índice de preços ao consumidor) dos EUA registrou alta de 0,5% em agosto, mesma variação registrada em julho. O PPI (sigla em inglês para índice de preços ao produtor) no país subiu em agosto 0,6% – desaceleração em relação ao índice de julho, que teve alta de 1%, mas ainda assim um aumento.

Consumo

Um dos fatores mais observados pelo Fed para avaliar o cenário econômico dos EUA é o comportamento dos dados sobre consumo no país. Os dados de agosto não chegam a ser animadores: as vendas no varejo no país caíram 2,1% no mês passado, principalmente devido a queda de 12% nas vendas de automóveis no mês passado.

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Mesmo excluídas as vendas de automóveis, o dado não chega a ser positivo: houve crescimento de 1%, em boa parte, no entanto, devido não a um aumento no volume de vendas, mas ao aumento nos preços da gasolina. Consideradas as vendas de automóveis, mas sem as vendas nos postos de gasolina, o resultado teria sido uma queda ainda maior no mês passado, de 2,8%, devido a queda de demanda em diversos setores.

Aposentadoria

Alguns analistas dizem que o presidente do Fed, Alan Greenspan, 78, deve manter a política de altas de juros até a reunião do dia 31 de janeiro de 2006, quando deverá deixar o banco.

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A expectativa dos economistas é de que Greenspan deixe a taxa de juros do Fed entre 4% e 4,5% antes de se aposentar.

Greenspan está à frente do Fed desde 1987, quando assumiu o cargo nomeado pelo então presidente Ronald Reagan.