A percepção dos empresários da Região Metropolitana de São Paulo em relação aos estoques piorou novamente em setembro, mostra pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O Índice de Estoques (IE), calculado pela entidade, atingiu 91 pontos, queda de 4,7% ante o resultado de agosto (95,4 pontos) e recuo de 16% em relação a setembro do ano passado (108,3 pontos). Foi o menor nível já registrado na série histórica, iniciada em junho de 2011.

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A piora foi puxada pelo aumento do porcentual de comerciantes que consideraram o volume de mercadorias estocadas acima do adequado, acompanhada pela diminuição daqueles que acham que o estoque está adequado. Em setembro, os que consideram que o estoque está acima do adequado foram 38,7%, ante 37,3% em agosto e 29,8% no mesmo mês do ano passado. Já os que consideram o volume adequado ficaram em 45,3%, fatia menor do que a de 47,6% de agosto e do que a de 53,9% de setembro de 2014.

Na análise setorial, a pior percepção em relação ao estoque está no setor de bens duráveis (automóveis, eletroeletrônicos e móveis, entre outros). De acordo com a FecomercioSP, em setembro 49,4% dos empresários do segmento consideraram os estoques acima do adequado, ante 37,3% no mesmo mês do ano passado. A segunda pior percepção está entre os comerciantes do setor de não duráveis (30,5%), seguida pela dos empresários de semiduráveis (28,6%).

A assessoria econômica da FecomercioSP avalia que a piora foi influenciada, no geral, pelas sucessivas quedas no faturamento do comércio varejista. Nesse cenário, os analistas preveem um “grande conservadorismo” dos empresários no planejamento das compras. “Mesmo com a proximidade do Natal, é provável a continuidade de promoções e queimas generalizadas de estoques”, preveem, ressaltando que isso pode comprometer a saúde financeira das empresas.

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Metodologia

O IE é apurado mensalmente pela FecomercioSP, por meio da entrevista com cerca de 600 empresários do comércio, e varia de 0 (inadequação total) a 200 pontos (adequação total), sendo a marca dos 100 pontos o limite entre inadequação e adequação. Pela análise dos números, é possível identificar se os empresários estão com sensação de estoques “acima”, ou seja, com excesso de mercadorias, ou “abaixo”, isto é, com falta de itens disponíveis para suprir a demanda em curto prazo.

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