Fecomercio: total de famílias endividadas cresce em SP

O número de famílias paulistanas endividadas subiu de 46,9% em junho para 47,3% em julho, o que corresponde a 12 mil novas famílias com contas a pagar. Em julho havia 1,695 milhão de famílias nesta situação, em comparação com 1,848 milhão em igual mês do ano passado. Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), que realiza a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o nível de endividamento ainda é considerado baixo.

A relativa estabilidade do número de paulistanos endividados deve-se, conforme a assessora econômica da entidade Fernanda Della Rosa, à manutenção de baixos níveis de desemprego e à cautela do consumidor em relação ao crescimento da economia. “Ainda vemos um cenário de geração de emprego e renda que sustenta o endividamento das famílias e permite que o consumidor faça financiamento e tenha capacidade de honrar os compromissos”, diz.

Na pesquisa, a Fecomercio cita a taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo medida em maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que baixou para 6,7%, de 7,1% no mês anterior; e o recuo de 0,9 % no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em julho. “As pessoas, no geral, escutam notícias sobre alta de juros e incertezas da economia brasileira e mundial, mas elas não sentem ainda reflexos na geração de emprego e renda, o que impulsiona o consumo”, afirma.

O cartão de crédito é o principal meio de endividamento dos paulistanos, segundo a Peic: 73,9% das famílias pesquisadas recorrem a esse tipo de dívida. “Esse é um tipo de endividamento que cresceu muito na classe C”, explica Fernanda. Em seguida aparecem carnês (23,6%), crédito pessoal (13,3%), financiamento de carro (8,6%) e cheque especial (5,8%).

Inadimplência

A pesquisa mostra que o número de famílias com contas em atraso apresentou queda de 0,4 ponto porcentual em julho ante o mês anterior, para 15,5%. Esse dado mostra redução do número absoluto de famílias inadimplentes de 569 mil para 555 mil neste mesmo período. “Também é um número muito baixo e que dá um alívio”, diz Fernanda Della Rosa.

Na diferença por renda, 17% das famílias que ganham até 10 salários mínimos têm contas em atraso, enquanto se encontram nesta condição apenas 6% das que possuem renda maior.

Pouco mais da metade das famílias inadimplentes (50,3%) estão com contas em atraso há mais de 90 dias, 28% até 30 dias e 19,9% entre 30 e 90 dias. A pesquisa revela ainda que só 6% das famílias acreditam não ter condição de pagar total ou parcialmente suas contas em agosto.

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