A percepção de empresários da Região Metropolitana de São Paulo em relação ao nível de estoques melhorou em junho ante maio, mas piorou na comparação com o mesmo mês do ano passado, mostra o Índice de Estoques (IE), calculado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). No sexto mês do ano, o indicador atingiu 101,5 pontos, o equivalente a alta de 3,1% em relação a maio (98,5), mas queda de 11,1% frente a igual mês do ano passado (114,2).
O IE é apurado mensalmente pela FecomercioSP, por meio da entrevista com cerca de 600 empresários do comércio, e varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total), sendo a marca dos 100 pontos o limite entre inadequação e adequação. Pela análise dos números, é possível identificar se os empresários estão com sensação de estoques “acima”, ou seja, com excesso de mercadorias, ou “abaixo”, isto é, com falta de itens disponíveis para suprir a demanda em curto prazo.
Diferença
Em junho, a proporção de empresários que considera os estoques elevados demais é de 36,6%, menor do que o de maio, porém ainda maior do que o de junho do ano passado. Já o volume de empresários que avalia que seus estoques estão abaixo do adequado caiu tanto na comparação mensal quanto na variação anual, ao ficar em 12,6% neste mês. De acordo com a FecomercioSP, a distância entre as percepções de estoques elevados e baixos, de 23,7 pontos porcentuais, está bem acima da média (11 pontos) e bateu novo recorde.
“(Isso) indica que o País atravessa um ciclo de estoques muito mais resistente do que era previsto, e isso se deve ao baixo ritmo de consumo, o que significa uma má notícia para a indústria, pois indica uma demora na recuperação das encomendas por parte do comércio”, avalia a assessoria econômica da FecomercioSP em nota. Para a entidade, “enquanto não houver melhoras no campo do emprego e renda, a tendência é que o consumidor se torne cada vez mais cauteloso”.