Pesquisa de endividamento e inadimplência do consumidor divulgada hoje pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) aponta que, em outubro, 50% das famílias na cidade de São Paulo têm algum tipo de dívida. Destas, 16% já estavam inadimplentes, afirmando possuir contas em atraso e, desse grupo, 7% relatam não terem condições de honrar os pagamentos. Os resultados de outubro se assemelham aos constatados em setembro, quando as proporções eram de 51%, 15% e 7%, respectivamente. Em números absolutos, só na capital paulista, o total de famílias endividadas caiu de 1,825 milhão em setembro para 1,786 milhão em outubro. No mesmo período, em 2009, esse número era de 1,465 milhão.

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A maior parte das dívidas continua sendo no cartão de crédito, com 71,3% do total. “A popularização do uso do cartão de crédito tem se expandido nas classes C, D e E. Oferecidos até mesmo gratuitamente, os cartões podem ser utilizados sem que o consumidor tenha conta bancária e ainda disponibilizando o parcelamento das dívidas”, avalia a assessora econômica da Fecomércio Fernanda Della Rosa. Em seguida, aparecem os carnês (28,7%), o crédito pessoal (9,7%), o financiamento de carro (8,4%) e cheque especial (6,2%).

A pesquisa também mostra que do total de famílias endividadas, 56% têm pagamentos atrasados há mais de 90 dias e 24,6% estão com as contas atrasadas em até 30 dias, enquanto 18,6% estão com dívidas atrasadas entre 30 e 90 dias.

Um indicador que chamou a atenção foi o do comportamento em relação aos financiamentos de veículos, que atingiu 8% dos tipos de dívidas identificadas. Dentre as famílias entrevistadas e que informaram ter tomado financiamentos para compra de automóveis, destaca-se o elevado nível de endividamento do público feminino, que apresentou incidência de 32%, ante 6% do público masculino. “Isso demonstra que as mulheres estão buscando muito mais o financiamento de veículos do que os homens, como alternativa para a compra desses bens”, conta Della Rosa. Já os homens utilizam muito mais os carnês como meio de pagamento do que as mulheres: 31% frente a 9%, respectivamente.

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No que diz respeito à parcela de renda comprometida com o pagamento de dívidas, 48,5% das famílias endividadas vincularam entre 11% e 50% de sua renda e 26,8% delas comprometeram até 10% da renda. A parcela das famílias endividadas que têm mais de 50% da renda comprometida com o pagamento de dívidas representa 19,3% do total.