Febraban vê crédito de longo prazo como desafio

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, afirmou, nesta quarta-feira, 12, que “a expansão de linhas de financiamento de longo prazo surge como um desafio para o setor bancário” em sua nova etapa de expansão. Ele disse que a concessão de crédito no Brasil vem mostrando bons avanços, o que ajudou o consumo de famílias e o investimento de empresas. No entanto, ressaltou que “a expansão do financiamento bancário ao setor privado ficou ainda muito concentrada no curto e médio prazos”. Portugal mencionou que os repasses de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o crédito imobiliário são as principais linhas de financiamento bancário de longo prazo no Brasil.

Na avaliação de Portugal, para que os bancos no País possam ampliar sua participação no financiamento de longo prazo será preciso estender os períodos das captações que realizam, o que vai implicar a aceitação de horizontes de tempo mais longos por parte de quem faz aplicações. “Os investidores no Brasil ainda conferem imenso valor à indexação, à taxa Selic ou ao CDI e à liquidez diária, o que é uma herança do processo de descontrole monetário do passado”, comentou. “Para romper esta cultura, é preciso dar ao poupador privado um retorno maior nos papéis de longo prazo do que nos de curto prazo, com a criação de novos instrumentos com tratamento tributário diferenciado”, disse.

Oportunidades

Segundo Murilo Portugal, o Brasil tem amplas oportunidades de investimentos, especialmente em logística e transportes, o que permite criar um ambiente favorável para a ampliação do financiamento de longo prazo.

“Uma das decisões mais importantes adotadas pelo governo da presidente Dilma (Rousseff) foi a retomada do programa de concessões e serviços públicos à iniciativa privada envolvendo aeroportos, rodovias, ferrovias e portos”, comentou. “Os gargalos de infraestrutura existentes no Brasil significam oportunidades de investimento em que o risco de demanda é reduzido”, disse.

Os comentários de Murilo Portugal foram feitos na abertura do Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras (Ciab Febraban), realizado em São Paulo.

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