O grupo FCA, dono da Fiat e da Jeep, anunciou nesta segunda-feira, 25, que planeja investir R$ 14 bilhões na América Latina entre 2018 e 2022. A maior parte dos recursos terá como destino o Brasil, que concentra 54% das vendas da montadora na região. Os aportes exatos para cada país, no entanto, não foram revelados.
O anúncio foi feito pelo presidente do conglomerado na região, Antonio Filosa, que assumiu o posto em março. Os investimentos fazem parte do plano da empresa de investir 45 bilhões de euros em todo o mundo no mesmo ciclo.
Dos R$ 14 bilhões previstos para a América Latina, nada será destinado para a construção de novas fábricas – no Brasil o grupo tem unidades em Betim (MG) e Goiana (PE). Cerca de 90% dos investimentos, segundo Filosa, serão direcionados para novos produtos, motores e conectividade.
O grupo prevê 15 novos carros da marca Fiat e outros 10 novos modelos para as marcas Jeep e RAM, esta que ainda será lançada no Brasil. Uma parte menor do dinheiro será usada para melhoria dos processos industriais.
Os investimentos, no entanto, estão condicionados à aprovação do Rota 2030, política para o setor que está sendo elaborada pelo governo e ainda não foi anunciada, apesar de prevista inicialmente para o segundo semestre do ano passado. “A possibilidade de aprovação do Rota 2030 no curto prazo foi uma premissa para a construção do nosso plano de negócios”, disse o executivo, que afirmou que a política está nos ajustes finais.
A expectativa pelo Rota 2030 está diretamente relacionada à intenção da montadora em investir em carros movidos a etanol, uma vez que a política deve estimular o investimento em pesquisa e desenvolvimento nesse combustível. “Ninguém sabe tanto no mundo de etanol como se sabe no Brasil, ninguém tem etanol tão eficiente no mundo como se tem no Brasil”, afirmou.
Desde que passou a responder pela FCA na América Latina, Filosa tem dito que quer recuperar a liderança das vendas de veículos no Brasil, perdida em 2016 para a GM.
No ano passado, as marcas Fiat e Jeep, juntas, ficaram na segunda posição, com 13,5% do mercado, enquanto a GM teve 18,1%. Já no acumulado de janeiro a maio deste ano, o grupo apresenta ligeira vantagem sobre o resultado da GM: 17,1% contra 16,9%.
De acordo com Filosa, a FCA espera que a América Latina seja a região do mundo onde os seus negócios mais cresçam. A projeção é de expansão anual média de 5% do faturamento ao longo dos próximos cinco anos.