Fazenda vê ‘certo exagero’ no impacto na inflação

O Ministério da Fazenda vê com tranquilidade os recentes números de produção industrial de março divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que comprovam um ritmo aquecido na economia. Para o secretário-executivo do ministério, Nelson Machado, os possíveis impactos de um cenário econômico mais robusto nas projeções de inflação estão sendo percebidos com certo “exagero”. “Não acredito que tenha algum tipo de grande drama de aquecimento exagerado na economia”, comentou.

Para Machado, o bom desempenho econômico mostra que o País conseguiu superar de forma eficaz a crise global, cujo período mais agudo foi iniciado em setembro de 2008. “A economia vai crescer bem. Este ano estamos prevendo entre 5% e 6% (de elevação no Produto Interno Bruto PIB). Agora, adivinhar crescimento é igual adivinhar chuva: nunca sabe quando vai chover muito ou pouco”, completou.

Quanto às projeções de inflação do governo para 2010, o secretário reiterou que as expectativas da União são de que o País vai cumprir a meta inflacionária, de 4,5% – com dois pontos porcentuais de margem para cima ou para baixo. “Ao longo dos últimos anos, o regime de metas do governo Lula tem sido francamente obedecido. Em todos os anos, sempre estivemos dentro da meta e acho que vamos continuar dentro da meta”, afirmou.

Machado participou hoje da posse do novo superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Paulo dos Santos, no Rio de Janeiro. Em entrevista a jornalistas, informou que o ministério continua analisando a possibilidade da criação de uma seguradora estatal voltada para projetos de infraestrutura. Mas não quis mencionar prazos de quando o projeto pode ser anunciado, ou não, pelo governo. “Está em discussão dentro do governo. Quando você tem um processo de negociação, você tem um processo de discussão, de formulação. Não tem prazo. Na hora que definir, aí teremos cronograma. Antes de definir, não tem cronograma”, concluiu.

O novo presidente da Susep comentou que a superintendência ainda não conhece a proposta da nova seguradora estatal. “O que se sabe é que existe uma discussão no âmbito do Ministério da Fazenda, mas ela ainda não foi apresentada ao Congresso. Não conhecemos os detalhes, mas em princípio gostaríamos que o mercado fosse autossuficiente e tivesse recursos suficientes, sem necessidade da intervenção do governo. Mas sabemos que em alguns segmentos isso (a possibilidade de uma seguradora estatal) acaba sendo necessário”, afirmou.

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