A secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, disse nesta segunda-feira, 15, que a greve dos caminhoneiros, responsável por uma crise de abastecimento sem precedentes em maio, tirou 1,2 ponto porcentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A secretária citou a paralisação dos caminhoneiros ao explicar, durante seminário na capital paulista, o crescimento apenas modesto da economia, na esteira de dois anos de recessão.

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“Houve durante a greve a destruição da possibilidade de se ter atividade produtiva … Teríamos percepção de crescimento mais engatado do que temos hoje não fosse a greve, que tirou parte importante da recuperação cíclica de 2018”, comentou Ana Paula.

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A secretária frisou que o crescimento sustentável do PIB depende do enfrentamento da crise fiscal – o que passa pela reforma da Previdência, classificada por ela como “urgente e essencial” -, bem como da melhora da produtividade da economia, esta dependente de abertura comercial e reforma tributária.

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Ela aproveitou ainda o seminário, promovido pela Internews, para defender a manutenção da regra, bastante criticada durante as eleições, que fixou um teto aos gastos públicos. Além de permitir maior realismo orçamentário, dando fim aos contingenciamentos bilionários de orçamento, a regra, sustentou, representa uma sinalização a investidores de que o Brasil conseguirá estabilizar sua dívida num futuro próximo.

Ao mesmo tempo, observou Ana Paula, a norma prevê um ajuste fiscal feito de forma gradual com corte de despesas, tirando da sociedade a pressão por aumento de carga tributária.

Segundo ela, o Ministério da Fazenda está preparando um documento sobre a viabilidade do regime de teto dos gastos públicos no próximo governo. “Nosso papel é fazer o convencimento sobre a regra, já que ela foi bastante atacada nas eleições”, disse a secretária.

Além de reforçar que a meta que limita em R$ 159 bilhões o rombo das contas públicas será alcançada com folga neste ano, ela destacou que o próximo governo receberá um orçamento que lhe permitirá “rodar bem” em 2019, com cumprimento tanto da regra do teto quando da regra de ouro.

No caso dessa última norma, que proíbe a União de contrair dívidas para custear despesas correntes, Ana Paula reforçou que o lucro do Banco Central com a valorização das reservas internacionais representará uma fonte de recursos para garantir a regra de ouro no ano que vem. “Entregamos um 2019 bem organizado, com todas as metas fiscais sendo cumpridas”, declarou a secretária.