Depois de cair 1,8% em setembro, o faturamento industrial acelerou o ritmo de recuo em outubro, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 3, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na comparação com o mês anterior – e excluindo os efeitos de calendário -, as vendas das fábricas brasileiras caíram 2,2% no décimo mês deste ano.
“Com isso, o faturamento registra a terceira queda nos últimos quatro meses, acumulando recuo de 7,8% no período”, considerou a CNI, no documento.
Ainda assim, o volume faturado em outubro pelo setor foi 2,4% maior que o registrado no mesmo mês de 2017. Considerando as vendas de janeiro a outubro de 2018, o desempenho foi 4,8% superior ao do mesmo período do ano passado.
Apesar do menor faturamento, a quantidade de horas trabalhadas na indústria ficou estável em outubro. Em relação a igual mês de 2017, houve um aumento de 1,1% nas horas trabalhadas. No acumulado de 2018 até outubro, no entanto, o tempo de trabalho na produção foi 0,5% maior que o verificado no mesmo período do ano passado.
“Os dados de outubro ainda se referem ao período dominado por incertezas com as eleições e não capturam a melhora do otimismo e da confiança com a definição do quadro eleitoral que outros indicadores mostram”, afirmou o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.
Em outubro, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) no parque industrial brasileiro retraiu 0,2 ponto porcentual, passando de 77,3% para 77,1% (de acordo com dado ajustado). Em outubro de 2017, a UCI estava em 77,8%.
“De fato, a atividade da indústria ainda patina e necessita de maiores estímulos vindos da demanda de consumo das famílias para mostrar uma reação mais forte, o que deve ocorrer neste fim de ano. No médio prazo, o crescimento dependerá dos avanços na pauta de reformas que o governo conseguir levar adiante, para provocar uma resposta mais efetiva do investimento”, completou Castelo Branco.