As micro e pequenas empresas paulistas registraram em novembro um faturamento real de R$ 23,9 bilhões, alta de 4,8% em relação a novembro de 2008, o maior crescimento interanual desde o início da crise financeira internacional, em setembro de 2008. É também a segunda variação positiva nesta base de comparação ao longo de 2009. Em outubro, o faturamento havia aumentado 0,5% ante outubro de 2008, a primeira alta depois de 12 meses consecutivos de queda. Segundo dados da pesquisa Indicadores do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), todos os setores apresentaram aumento no faturamento: o da indústria subiu 8,3%; comércio, 4,7%; e serviços, 1,6%.
O melhor resultado entre as regiões do Estado foi o das micro e pequenas empresas localizadas na capital paulista, cujo faturamento cresceu 13% na comparação com novembro de 2008. As empresas da região metropolitana de São Paulo (RMSP) tiveram alta de 12,7% na comparação com novembro de 2008, as da região do Grande ABC, de 7,6%. Já o interior registrou queda de 2,9% no faturamento.
Na comparação com outubro, o faturamento das micro e pequenas empresas subiu 0,7% em novembro. Somente as empresas do setor da indústria (5,2%) registraram crescimento nesta base de comparação, enquanto comércio (-0,5%) e serviços (-0,4%) tiveram queda no faturamento. Entre as regiões, a do ABC foi a única com queda no faturamento (-6,5%). As empresas da capital paulista faturaram 4,3% a mais que em outubro, as do interior, 0,8%, e as da região metropolitana de São Paulo, 0,6%.
“Depois de um começo de ano difícil, os pequenos negócios, principalmente no varejo, retomaram o caminho do crescimento”, afirmou em nota o diretor-superintendente de Sebrae-SP, Ricardo Tortorella. A expectativa da entidade é que as micro e pequenas empresas encerrem 2009 com queda de 4,5% sobre 2008, quando o faturamento ficou em R$ 266,4 bilhões, resultado que incorpora a recuperação das vendas dos últimos meses e do Natal.
Expectativas
Os micro e pequenos empresários estão com expectativas relativamente otimistas em relação a 2010. Segundo pesquisa do Sebrae-SP, 45% dos consultados espera aumento do faturamento de sua empresa nos próximos seis meses e 44% acreditam na melhora do nível de atividade econômica. Na avaliação do Sebrae-SP, a retomada da economia deve continuar a ser puxada por segmentos mais ligados ao mercado interno e cujo consumo depende mais da renda do que do crédito, como comércio e serviços. Já a indústria e as empresas ligadas às exportações tendem a ter uma trajetória mais lenta de recuperação. O universo da pesquisa do Sebrae-SP corresponde a 1,3 milhão de empresas, das quais 11% do setor da indústria, 57% do comércio e 32% dos serviços. O levantamento foi feito com base em uma amostra de 2.716 micro e pequenas empresas.