As micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas registraram em outubro uma alta de 0,5% no faturamento na comparação com o mesmo período do ano passado. Essa foi a primeira variação positiva dos últimos 12 meses na comparação com o mesmo mês do ano anterior, informou hoje o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa de São Paulo (Sebrae-SP). O desempenho foi puxado pelo comércio, com alta de 6,1% nas receitas em outubro. Os setores de serviços e indústria, no entanto, registraram queda no faturamento, de -6,4% e -5,1% respectivamente. Na comparação com setembro, as MPEs tiveram aumento de 4,6% no faturamento.

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A expectativa do Sebrae-SP é de que as MPEs fechem 2009 com uma queda de faturamento de cerca de 4,5% ante 2008, já que o primeiro semestre deste ano apresentou resultados fracos. Em janeiro, por exemplo, a queda na receita foi de 16,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já para dezembro, o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, projeta que as vendas das MPEs superem as do Natal de 2008 em cerca de 10%.

Na avaliação do coordenador da pesquisa, Pedro João Gonçalves, a recuperação gradual ao longo do ano está sendo puxada pelas atividades que oferecem bens de menor valor unitário, como o comércio e os serviços prestados ao consumidor final. Isso porque, segundo ele, as atividades que comerciam bens de maior valor e que são mais dependentes de vendas financiadas, como indústria e serviços prestados às empresas, foram mais afetadas com a restrição de crédito durante a crise financeira internacional. “As atividades industriais, os fornecedores que dependem fortemente da indústria e as atividades ligadas à exportação tendem a apresentar uma trajetória de recuperação mais lenta”, explica.

Na pesquisa, o Sebrae-SP e a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) ouviram 2,7 mil micro e pequenas empresas da indústria de transformação, do comércio e serviços em São Paulo. Os negócios de micro e pequeno porte representam 98% dos estabelecimentos e cerca de dois terços das ocupações do setor privado paulista, segundo a instituição.

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