A Mate Real (Moinhos Unidos Brasil) fechou o ano de 2002 com um crescimento de 33% em seu faturamento, que passou de R$ 10,5 milhões em 2001 para R$ 14 milhões este ano. O resultado, segundo o vice-presidente executivo da Mate Real, Wesley Montechiari Figueira, foi motivado pelo processo de expansão adotado pela empresa no início de 2002, que previa, entre outros, a total informatização dos sistemas internos e a expansão no número de profissionais na área de merchandising em ponto-de-venda. Enquanto em 2001 atuavam nessa função apenas 18 pessoas, em 2002 esse quadro saltou para 144 em todo país.
Aliado ao crescimento da produção, que em unidades esteve na ordem de 50% este ano, a Mate Real conquistou maior espaço nas gôndolas dos supermercados e, conseqüentemente, maiores vendas. Na região Sul, por exemplo, a Mate Real ocupava em 2001 cerca de 17% dos espaços, sendo que hoje detém aproximadamente 25%.
Marca
Também estava previsto durante o ano a reformulação da marca e do layout das embalagens dos mais de 40 produtos de sua linha, meta que consumiu investimentos de mais de R$ 800 mil. “Atribuímos parte do nosso crescimento ao rejuvenescimento da marca, porque por vários anos a empresa deixou de trabalhar com ela, perdendo aos poucos mercados que antes dominava. O que estamos fazendo é agregar valor à nossa marca, que é sinônimo de qualidade, tradição e a melhor relação custo-benefício do mercado”, afirma Figueira.
Devido ao novo posicionamento da marca, algumas linhas específicas registraram um aumento expressivo nas vendas, a exemplo da linha Multiervas cujos produtos cresceram de 40% até 163%. Um exemplo marcante é o do Chá Preto, cujo aumento nas vendas chegou a 180%.
Já as exportações, um dos pontos fortes da empresa desde sua fundação, há 168 anos, cresceram 20% em relação ao ano passado, com a retomada de ações em mercados expressivos, como os Estados Unidos, Suécia e Alemanha. “Também estaremos voltados aos países do Mercosul em 2003”, aponta Figueira.
Conjuntura
Apesar de o crescimento de 33% no faturamento, o vice-presidente executivo da Mate Real aponta que 2002 não foi um ano brilhante em relação à lucratividade, nem era de se esperar. A indústria sofreu com a elevação dos preços dos insumos, que aumentaram em patamares não condizentes com o mercado, como o açúcar, que teve alta de cerca de 100%, e o papelão, que nos últimos quatro meses teve majoração média de 70%. “Foram aumentos acima do dólar, situação injustificável para o mercado como um todo”, explica.
Para o próximo ano, dando continuidade ao projetos de 2002, a Mate Real já começa a investir em alternativas que mantenham a melhor relação custo-benefício do mercado. Um exemplo são as embalagens de papelão, usadas na distribuição dos chás e mates, que teve alta absurda e que serão substituídas em breve por embalagens plásticas. “São alternativas que beneficiam tanto o consumidor, que não terá que arcar com aumentos tão acentuados no nosso produto, quanto para nós, que resolveremos importantes problemas de abastecimento e variações em preços, como os do papelão”, aponta Figueira.