A indústria paranaense registrou queda de 11,95% no faturamento em janeiro de 2007 em comparação a dezembro de 2006, e alta de 4,46% se comparado a janeiro de 2006, conforme revelou a pesquisa Indicadores Conjunturais do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), divulgada ontem. Dos 18 gêneros pesquisados, 13 tiveram variação negativa nas vendas, entre eles os três de maior peso relativo na economia do Estado: ?Produtos Alimentícios e Bebidas? (-16,15%), ?Fabricação e Montagem de Veículos Automotores? (-12.25%) e ?Refino de Petróleo e Produção de Álcool? (-9,43%).
Como o final de 2006 foi um período de bom desempenho para a indústria paranaense, ficando apenas abaixo do registrado em 2002, este primeiro semestre deve registrar uma boa performance. A perspectiva, avaliam os economistas da Fiep, é de fechar 2007 com um resultado superior ao de 2002, o melhor entre os anos pesquisados. Contribui para isso o fato de que estão previstos para este ano investimentos significativos na economia paranaense, principalmente ligados à área de combustíveis, o que deve repercutir positivamente em outros setores.
Embora o cenário projetado para 2007 seja bom, o presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures, alerta para a necessidade urgente de que o governo federal reveja a política cambial, que tem penalizado muito a economia, e que reduza a taxa de juros, permitindo a retomada de investimentos. ?Estas medidas macroeconômicas é que vão garantir, de fato, uma retomada do crescimento de forma sustentável?, observa.
Resultados
Dentre os gêneros que apresentaram os maiores aumentos em janeiro destacam-se: ?Material Eletrônico e de Comunicações? (1.715,84%) em razão de parada estratégica de empresa do setor havida no final do ano passado; ?Produtos Têxteis? (49,00%) devido ao aumento da produção de derivados de algodão; e ?Couros e Artefatos de Couro, Artigos de Viagem e Calçados? (30,50%) por conta da recuperação sazonal do setor após três meses de quedas consecutivas.
A mesma pesquisa revela que o nível de emprego ficou menor em janeiro em comparação a dezembro. Dos 18 gêneros pesquisados, 15 dispensaram trabalhadores, o que resultou numa queda média de 2,93% no nível de emprego industrial, também considerado normal para esta época do ano. O emprego diretamente ligado à produção caiu 2,81%. O resultado deste janeiro contra igual mês de 2006 apresenta aumento de 2,86% no ?pessoal empregado total? e redução de 0,29% no ?pessoal empregado na produção?. Os três gêneros que mais dispensaram trabalhadores em janeiro foram ?Fabricação e Montagem de Veículos Automotores? (-18,23%), em função de cortes na linha de produção de peças automotivas e reestruturação de empresa importante do setor; ?Móveis e Indústrias Diversas? (-10,52%) – queda generalizada nas empresas de médio e pequeno porte; e ?Material Eletrônico e de Comunicações? (-8,50%) reestruturação de grande empresa do setor. Houve contratação de mão-de obra nos gêneros ?Minerais não Metálicos? (+9,52%), em função do aumento da demanda de cimento e de revestimentos cerâmicos; ?Celulose, Papel e Produtos de Papel?? (+1,52%), devido ao aumento da produção de embalagens de papelão; e ?Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos? (+1,26%), devido à reestruturação de empresas do setor.
A massa salarial líquida teve redução de 16,34% em janeiro de 2007 comparada a dezembro de 2006. Mas esta queda deve-se basicamente ao 13.º salário pago no final do ano, férias e horas extras, comuns no período. As horas trabalhadas caíram 0,14% e o nível de utilização da capacidade instalada da indústria sofreu retração de quatro pontos percentuais, situando-se em 77%.