A fatia de micro e pequenos empresários que pretendem investir nos próximos três meses cresceu de 36,9% em maio para 37,3% em junho, de acordo com o Indicador de Demanda por Investimento do micro e pequeno empresário calculado pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Esse porcentual de junho é muito parecido com a parcela que não pretende investir, de 37,2% (ante 40,8% em maio). Já os reticentes passaram de 22,3% para 25,4% no período.
Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o ambiente de incerteza que ainda paira faz com que os projetos de expansão e melhoria do negócio sejam colocados em segundo plano e a preocupação de grande parte dos empresários passa a ser lidar com a queda do faturamento e o aumento da inadimplência “A lenta recuperação da crise leva muitas empresas a operarem com capacidade ociosa e, em alguns casos, até à redução do quadro de funcionários. Em meio a esse ambiente, os investimentos são adiados”, explica Pellizzaro Junior.
Entre os micro e pequenos empresários que pretendem realizar investimentos nos próximos três meses, a maior parte tem como finalidade aumentar as vendas (58%), além da adaptação da empresa a uma nova tecnologia (30%) e da necessidade de atender a uma demanda que aumentou (25%).
A maioria dos aportes seria usada na compra de máquinas e equipamentos (30%), seguido por ampliação de estoques (22%) e por reforma da empresa (19%).
Em relação à demanda por crédito, aqueles que não pretendem tomar crédito nos próximos três meses seguem sendo maioria (64,7%), ainda que esse porcentual seja menor que o de maio (68,5%). A fatia de empresários que planejam contratar crédito caiu de 14,2% para 11,5%, enquanto a parcela daqueles que não sabem subiu de 17,3% para 23,7%.
Segundo o presidente da CNDL, José Cesar da Costa, mesmo com uma sutil melhora das condições econômicas do País, a demanda por crédito está distante de um nível ideal para induzir o crescimento econômico.
A maioria dos que não pretendem contratar crédito diz não ver necessidade (42%) ou então alega ser possível manter a empresa com recursos próprios (40%). Em seguida, aparecem os empresários que justificam devido às altas taxas de juros (25%) e o receio de não ter condições de pagar as prestações no futuro (11%).