Fatia da manufatura no PIB caiu para 15,8% em 2010

A participação da indústria manufatureira do Brasil em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 15,8% em 2010, segundo estudo realizado pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), patrocinado pelo Instituto Latino Americano de Ferro e Aço (Ilasa), e divulgado hoje pelo Instituto Aço Brasil (IABr). Em 2004 esse porcentual era de 19,2%. O levantamento foi realizado em todos os países da América Latina, sendo que Brasil e Colômbia apresentaram os piores resultados.

“Essa é uma realidade, que passa pela perda da competitividade, por diversos fatores, como câmbio, guerra comercial com a China e outras assimetrias comerciais”, afirmou, em coletiva de imprensa, o presidente do Conselho do IABr, André Gerdau Johannpeter.

O levantamento mostrou, ainda, que nos últimos três anos, a participação dos manufaturados na pauta de exportações do Brasil caiu para 39% no ano passado, ante uma fatia de 55% em 2005. De acordo com o estudo, parte dessa assimetria é explicada pelo “comércio bilateral dos países latino americano com a China”. De acordo com o estudo, 62,7% das exportações da China ao Brasil no ano passado foram de produtos do setor metalmecânico.

“Existem áreas em que o país pode trabalhar, como questões tributárias e preço de energia. Além disso há a competição desleal, e é isso o que nos preocupa”, disse Johannpeter.

O presidente-executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, reafirmou que uma das preocupações do setor hoje é com relação às importações indiretas do aço, que ocorre por meio das compras externas de produtos com aço contido, por exemplo, de veículos, autopeças e máquinas.

“Historicamente, tínhamos uma posição superavitária. Agora temos estimativa de um déficit de 1,9 milhão de toneladas neste ano”, disse o executivo. Para 2011, a entidade projeta uma exportação indireta de aço de 2,779 milhões de toneladas e uma importação de 4,678 milhões de toneladas indireta de aço, o que levará a um déficit de 1,899 milhão de toneladas.

“Nosso mercado interno precisa ser conservado. Estamos tentando trabalhar com o governo para procurar medidas de defesa comercial para reverter esse quadro”, disse. O executivo disse ainda que as reuniões que o setor está travando com o governo federal estão sendo produtivas e que o governo se mostrou “receptivo aos anseios da indústria do aço”. Mello Lopes lembrou que outro fator que impulsiona a entrada de importados no Brasil é a guerra fiscal, diante dos Estados promovendo benefícios fiscais na entrada dos produtos nos portos.

O presidente do Conselho do IABr, por sua vez, disse que já é visualizado em alguns clientes na indústria automotiva, principalmente aquelas que têm a matriz fora do Brasil, uma dificuldade de aprovação de investimentos para o aumento de produção local, por conta da falta de competitividade do País.

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