A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) divulgou relatório nesta terça-feira (23) onde prevê que os preços dos alimentos em todo o mundo não deverão cair substancialmente nos próximos anos, mesmo com o aumento da produção. Para a entidade, uma série de fatores levou as cotações internacionais desses produtos para um patamar mais elevado. Por isso, o agronegócio deverá movimentar mais de US$ 1 trilhão neste ano. O Brasil deve ganhar mercados, especialmente de carnes e milho. Mas uma expansão significativa da produção brasileira de grãos na próxima safra não é certa.

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Além disso, nem toda a alta de preços deverá ter repercussão positiva para o País, especialmente no caso do trigo, em que há forte dependência das importações. No arroz, a oferta e a demanda estão ajustadas, o que mantém os preços em alta. A FAO acredita que o novo nível de preços será mantido mesmo diante de projeção de produção recorde de alguns produtos, como cereais. Algumas commodities tiveram os preços reduzidos nas últimas semanas, mas não há previsão de voltar aos níveis anteriores.

Desde fevereiro os preços médios de alguns produtos têm se estabilizado. O problema é que haviam aumentado 53% nos quatro meses anteriores e as projeções são de que a pressão inflacionária poderia persistir pelos próximos dez anos. Segundo a FAO, a supersafra de 2008 será registrada em vários setores. Os americanos terão sua maior safra do trigo desde 1998, com crescimento de 16%. A União Européia terá uma safra 13% maior. A produção de arroz deve crescer 2,3%. Ao contrário de 2007, haverá mais produção do que consumo. Mas, diante das barreiras às exportações em vários países, a previsão é de que não haverá arroz suficiente para derrubar a cotação, que teve alta de 71% entre janeiro e abril.

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