Líderes mundiais reunidos na Conferência de Alto Nível do Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) irão se comprometer a tornar a política alimentar uma prioridade e exigir que doadores e a Organização das Nações Unidas (ONU) aumentem a ajuda destinada a países em desenvolvimento, segundo esboço da declaração final do encontro. "A situação global dos alimentos exige um forte comprometimento dos governos, assim como de todos os investidores", diz a declaração, que deve ser divulgada ainda nesta quinta-feira (05).
No entanto, uma autoridade da FAO ressaltou que a declaração ainda está sendo discutida e pode mudar significativamente. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou ontem que entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões anuais são necessários para estimular a produção mundial de alimentos, combater a fome e pressionar os preços para baixo. Mas o valor é muito mais alto do que novos compromissos de menos de US$ 3 milhões feitos até agora no encontro
Ainda segundo o esboço da declaração, parceiros em desenvolvimento devem tomar iniciativas para moderar as flutuações incomuns que vêm ocorrendo nos preços dos grãos.
Biocombustíveis
No que diz respeito aos biocombustíveis, que têm sido fator de controvérsia no encontro, o esboço da FAO diz que é essencial lidar com os "desafios e oportunidades" que eles representam, acrescentando que mais pesquisa é necessária sobre assunto.
Os Estados Unidos, que subsidiam os biocombustíveis, vêm tentando rechaçar as alegações de países em desenvolvimento de que os biocombustíveis são responsáveis pela disparada dos preços dos alimentos.
Líderes mundiais também ressaltaram a necessidade de minimizar barreiras comerciais que possam aumentar a volatilidade dos preços internacionais dos alimentos.