Fantasma da inflação assola argentinos há quatro décadas

Os economistas ressaltam que entre 1890, quando foi instituído o peso nacional, até o peso do final dos anos 60, a Argentina teve estabilidade financeira. Mas, em 1969, o então presidente e ditador general Juan Carlos Onganía decretou a primeira lei que eliminou zeros das notas de pesos, com o intuito de dissimular a escalada inflacionária. De lá para cá, as notas argentinas perderam 13 zeros. Nestes últimos 41 anos, o país foi assolado de forma persistente pelo fantasma da inflação, contra o qual tentaram lutar, com escassos resultados, os 20 presidentes que passaram pela Casa Rosada.

Em 1989, a Argentina teve sua primeira hiperinflação, que chegou a 4.923,6%. A espiral inflacionária levou o então presidente Raul Alfonsín à renúncia seis meses antes do fim do mandato.

Seu sucessor, Carlos Menem (1989-99), tentou de forma errática diversas fórmulas econômicas. O resultado foi um segundo período hiperinflacionário, que chegou a 1.343,9% em 1990.

Nos anos 90, a conversibilidade econômica – que estabelecia a paridade entre dólar e peso – foi respaldada com entusiasmo pelos argentinos que, depois de décadas, viam finalmente um período de inflação zero.

A conversibilidade naufragou em dezembro de 2001. A inflação só não voltou a galopar de forma imediata porque a economia estava estancada e o poder de compra era quase nulo. A economia argentina recuperou-se a partir de 2003 e a inflação reapareceu. Economistas, associações de defesa dos consumidores, empresários e sindicatos afirmam que o casal Kirchner, sem sucesso para deter a inflação, camufla os índices do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec).

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