As condições menos favoráveis ao crédito, com juros mais elevados e prazo mais curto, estão desestimulando as famílias a contratarem novas dívidas. A avaliação é da economista Marianne Hanson, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo ela, este cenário é o que está por trás da redução do endividamento das famílias, de 62,7% em maio para 62,5% em junho deste ano.

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“Esses fatores desestimulam as famílias a contratarem novas dívidas, o que acaba também se refletindo em desaceleração do consumo”, explicou Marianne. “A própria postura mais cautelosa faz com que haja um número menor de famílias com dívidas, o que leva ainda a uma queda na inadimplência”, acrescentou a economista.

Segundo os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o porcentual de famílias com dívidas em atraso também apresentou queda, para 19,8% em junho, de 20,9% em maio, apurou a CNC.

O único dado negativo observado no mês de junho foi a alta na fatia média da renda comprometida com dívidas, que chegou a 30,3%, contra 29,1% em junho de 2013. “Pode aumentar a chance de elevar a inadimplência, mas isso não ocorreu ainda. Vai depender do que se observar no mercado de trabalho no segundo semestre”, disse Marianne. Na visão da economista, enquanto a taxa de desemprego se mantiver baixa e o mercado estiver aquecido, as famílias terão condições de pagarem suas dívidas.

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Perfil do endividamento

Segundo Marianne, a tendência é de moderação no consumo e no crédito, principalmente entre as famílias cuja renda vai até dez salários mínimos. Elas foram as principais responsáveis pela queda no porcentual de endividamento em junho, de 64,1% para 63,9% entre maio e junho. As famílias com renda superior a dez salários, por outro lado, seguem consumindo e contratando novas dívidas, e o nível de endividamento passou de 55,4% para 55,8% no período.

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