A holding J&F, da família Batista, dona da JBS, anunciou neste sábado (2) que concluiu as negociações para a venda da Eldorado Celulose e Papel com a Paper Excellence, da família Widjaja, que também é dona Asia Pulp and Paper (APP). A aquisição marca a entrada do grupo Paper Excellence no Brasil.

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O valor total do negócio é de R$ 15 bilhões e a compra será feita em duas etapas. Na primeira, a PE vai comprar de 30% a 35% do negócio. O restante será concluído em 12 meses. Os fundos de pensão Petros (da Petrobras) e Funcef (Caixa), que são cotistas ainda estão definindo se vão vender suas participações.

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Sediado na Holanda, o Grupo Paper Excellence iniciou suas atividades em 2007, com sua primeira fábrica de celulose, Meadow Lake, no Canadá. Desde então, vem crescendo por meio da aquisição de fábricas de celulose no Canadá e na Europa.

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Em nota, a J&F destaca a qualidade dos ativos que compõem a Eldorado. A Paper Excellence mantém a estratégia de expandir sua operação e sempre teve o Brasil no radar por ser um país com uma posição diferenciada no cenário global de produção do setor. A Eldorado, que produz cerca de 1,7 milhão de toneladas de celulose de eucalipto por ano, é uma aquisição importante para o Grupo Paper Excellence porque inclui no seu portfólio ativos de produção de celulose de eucalipto.

Desde o dia 17 de maio, quando as delações dos irmãos Batista vieram à tona, a família começou a se desfazer de diversos ativos. O grupo assinou um acordo de leniência com o Ministério Público Federal, no valor de R$ 10,3 bilhões.

Nos últimos meses, os controladores da JBS se desfizeram de vários negócios, como a Vigor (vendida ao grupo mexicano Lala por R$ 5,7 bilhões), Alpargatas (para o Itaúsa e Cambuhy, sócio do Itaú Unibanco) por R$ 3,7 bilhões), além das operações de carne da América do Sul para o frigorífico nacional Minerva, por US$ 300 milhões.

A Eldorado, que tem um complexo industrial em Três Lagoas (MS), foi cobiçada por importantes companhias do setor. Em junho, a família Batista chegou a fechar um acordo de exclusividade com o grupo chileno Arauco, que teria se comprometido a pagar cerca de R$ 14 bilhões pelo negócio. Além deles, os grupos nacionais Fibria e Suzano demonstraram interesse pelo ativo.