Foto: Lucimar do Carmo

Miguel Treziak: pressão.

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As vinte propriedades rurais de agricultores da região de Contenda e Lapa que foram a leilão ontem não foram arrematadas por nenhum comprador. As terras faziam parte de um lote de 61 ofertas, incluindo maquinários dos produtores rurais, leiloados por conta de antigas dívidas que os agricultores possuem junto aos bancos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (SRT) de Contenda, Miguel Treziak, acredita que as propriedades não foram arrematadas graças à pressão exercida pelos agricultores. Cerca de 70 deles, com ajuda de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foram ao leilão para tentar evitar a venda dos lotes. ?Propomos que, se arrematassem a terra, iam ter de ?adotar? algumas famílias que estavam em cima delas?, disse.

O sindicalista acredita que as propriedades, que têm entre 10 e 75 hectares, iriam para mãos de especuladores, a fim de serem revendidas a valores mais altos. ?Se as terras forem leiloadas, esses agricultores não têm pra onde ir?, lamenta. Mesmo assim, segundo o leiloeiro Adriano Melninski, um novo leilão deve acontecer na Lapa entre os meses de junho e julho. ?O sufoco passou momentaneamente?, constata Treziak, que afirma ser a única saída para os agricultores a repactuação das dívidas por parte dos bancos.

A maioria dos empréstimos foi contraída entre 1994 e 1998, quando os agricultores foram incentivados pelos bancos da região a investir na cultura da batata, feijão e cebola. Com juros altos e concorrência desleal por parte dos produtores argentinos, muitos não conseguiram quitar suas dívidas, consideradas hoje impagáveis pelos agricultores. 

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