Falta matéria-prima e Parmalat pára produção

A crise financeira da Parmalat Brasil interrompeu total ou parcialmente a produção de várias unidades da empresa espalhadas pelo País. Além dos estoques elevados, a empresa admite que, em muitos casos, precisou interromper a produção por falta de matérias-primas.

Das oito plantas industriais instaladas no País, pelo menos cinco estão com problemas de produção. São as fábricas de Jundiaí (SP), Carazinho (RS), Itaperuna (RJ), Garanhuns (PE) e Santa Helena (GO). Em Carazinho, onde a Parmalat produz o leite “premium”, a paralisação atinge 100% da produção.

A paralisação também atinge quase que totalmente a unidade de Jundiaí – responsável pela fabricação de sucos e biscoitos. Em Jundiaí, a produção foi interrompida por falta de açúcar e farinha.

Em Itaperuna e Santa Helena, a falta de leite interrompeu a produção de leite UHT (caixinha), creme de leite, condensado, em pó e cremes lácteos. A menos atingida até agora é a de Garanhuns.

Enquanto uma comitiva brasileira está na Itália negociando com os interventores da matriz a liberação de um socorro financeiro para a subsidiária local, a Parmalat Brasil tenta entrar em concordata, que dá até dois anos de prazo para a empresa pagar as dívidas.

No Brasil, as cooperativas de leite começam a se organizar para obter o empréstimo do governo federal que será liberado para a estocagem do produto. O primeiro contrato foi assinado ontem entre a cooperativa de Barra Mansa (RJ) e o Banco do Brasil.

Parmalat Brasil

A Parmalat italiana quer acelerar o processo de concordata da subsidiária brasileira. A informação é da Contac (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação e Assalariados Rurais), que faz parte da comitiva brasileira que está na Itália buscando uma solução conjunta para a crise financeira da Parmalat Brasil, que emprega 6.000 funcionários.

Segundo o presidente da Contac, Siderlei da Silva Oliveira, o interventor da Parmalat italiana, Enrico Bondi, sinalizou a possibilidade do grupo capitalizar a subsidiária brasileira.

No entanto, qualquer socorro financeiro só será dado depois do pedido de concordara da Parmalat Brasil estar finalmente aprovado. No começo da semana, a 4.ª Vara da Justiça Cível deu 30 dias de prazo para a empresa apresentar os documentos necessários para a decretação da concordata. A empresa queria 90 dias.

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