Rio (AE) – Um estudo apresentado ontem pela consultoria Gás Energy na Rio Oil & Gás, aponta para um cenário sombrio no sistema elétrico brasileiro durante os próximos dois anos. Segundo o sócio-diretor da consultoria, Marco Tavares, já está faltando gás natural para geração térmica e a tendência é que a situação se agrave até 2009, quando o País começará a importar gás natural liquefeito (GNL).

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O especialista não fala em risco imediato de desabastecimento de energia, mas diz que, sem as térmicas, o País caminha para uma redução significativa dos reservatórios das hidrelétricas. ?A alternativa é gastar água dos reservatórios, em uma situação semelhante à que vivemos antes do racionamento de energia?, comparou.

O estudo usa como base o Planejamento Mensal da Operação (PMO), elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Segundo os dados disponíveis, o custo atual de geração já justificaria o uso de pelo menos quatro térmicas no País, que não estão sendo despachadas por indisponibilidade de gás, cenário que obriga o ONS a determinar a geração em usinas mais caras.

Em 2007, diz Tavares, o Brasil precisará de 22 milhões de metros cúbicos de gás natural para geração térmica, caso os preços se mantenham no atual patamar. Mas, novamente, não haverá gás disponível para todas as usinas. Segundo ele, 2007 e 2008 serão anos críticos, já que a partir de 2009 o Brasil passará a contar, de acordo com a Petrobras, com 20 milhões de metros cúbicos de GNL por dia. Em 2008, segundo os cálculos da Gás Energy, o Brasil terá capacidade para abastecer apenas 32% da capacidade do parque térmico.

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