A Petrobras alerta: o mundo terá de se acostumar a conviver com um preço alto do petróleo e alerta que há uma falta de materiais para a exploração do combustível, de limitações na mão-de-obra e de uma explosão na demanda. O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, adverte que os custos de produção explodiram nos últimos meses e que a pressão inflacionária continuará sendo sentida no setor. "Produtores de aço, construtores de navios e de gasodutos podem ter problemas para atender a demanda", disse Gabrielli.
Segundo ele, há uma falta de aço e de outros componentes no mercado que estão fazendo com que os preços desses materiais aumentem. O resultado é o encarecimento da produção e a manutenção dos preços altos do petróleo. "Precisamos repensar a relação entre os produtores e os canais de distribuição", disse.
"Para incrementar a produção a partir de agora os custos serão maiores. Cada barril extra hoje custará mais para produzir do que um barril explorado no passado. Isso é um sinal de que, para o futuro, não devemos esperar uma queda dramática no preço internacional, pois os custos vão aumentar", afirmou.
No caso do Brasil, Gabrielli alerta que os investimentos para a zona do pré-sal serão "enormes". "Sabemos que temos muito petróleo a ser desenvolvido. Mas precisamos de muita infra-estrutura para tudo isso e de um novo modelo de produção. Vamos precisar, por exemplo, de 72 novos tanques e 146 barcos. Uma das limitações será mesmo o incremento no custo desses projetos", apontou o presidente da Petrobras, apontando para a alta nos preços de aço e outros fatores de produção.
Mão-de-obra
O mundo ainda precisará de pelo menos mais 10 mil engenheiros e administradores nos próximos dois anos para suprir a demanda de empresas do setor de petróleo. Gabrielli admitiu que há a possibilidade de uma falta de mão-de-obra no setor no futuro. "Vamos sofrer limitações no mercado de trabalho, vamos precisar de novas pessoas, mais do que estão disponíveis", afirmou Gabrielli.
O executivo afirmou que a Petrobras está se preparando para o desafio e alerta que todo o setor passa pelo mesmo problema. "Temos que transferir mais conhecimento e treinar nossa mão-de-obra", disse. Hoje, entre os quase 70 mil empregados da Petrobras, dois terços tem mais de 17 anos na empresa. Gabrielli porém, aponta que a empresa está contratando neste momento 2,6 mil trabalhadores. "Recebemos 450 mil inscrições. Portanto, não há um limite no Brasil hoje, mas pode existir no futuro", alertou.