Faça a sua parte e ajude a preservar o meio ambiente

O meio ambiente é tudo que nos cerca e nos influencia, desde o clima até a alimentação e o modo de vida em sociedade. Pensar em meio ambiente é pensar em todas as relações do ser humano no planeta, como o consumo, a produção, os modos de se comportar e a conservação da natureza. Ter consciência que nossas ações contribuem para a preservação ou a degradação do mundo é o primeiro passo para fazermos nossa parte. Para Paulo Pizzo, conselheiro-diretor da Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação e presidente do Instituto Mater Natura, ?tudo depende do que cada um faz. Como já disse Gandhi, devemos ser a mudança que esperamos do mundo?, conceitua. Consumir conscientemente é tão necessário que já deve fazer parte da vida de qualquer pessoa. Partindo desse princípio, Clovis Ricardo Borges, diretor-executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental – SPVS, enxerga a questão ambiental com atenção especial à preservação das áreas de vegetação nativa, principalmente porque, ?no Brasil, 75% de nossas emissões poluentes são decorrentes da destruição da natureza e não de processos industriais ou veículos.?

Os efeitos das mudanças climáticas sobre o ambiente e a sociedade não só já são nítidos como podem levar, ainda na primeira metade deste século, à escassez de água e de alimentos. Esta é a mensagem que os cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) da ONU passaram ao mundo no início deste ano. De acordo com o relatório, ?na América Latina há três problemas específicos: a escassez de água, a redução da biodiversidade, principalmente na floresta amazônica, e a perda de geleiras?. Este cenário requer uma nova postura de toda população.

Existe muita boa vontade por parte das pessoas para ajudar em áreas naturais, entretanto, a boa vontade deve vir junto com a busca de informações sobre o local que lhe atrai, respeitando as áreas de vegetação nativa. ?A pessoa deve escolher a área natural que pretende atuar e buscar conteúdos sobre a prioridade desse local, mantendo as características nativas, para que sua ação traga o melhor resultado possível?, explica Borges. O primeiro passo para cuidar das áreas naturais é proteger os espaços que fazem parte da sua vida. Para o diretor da SPVS, as pessoas podem ser voluntárias em suas casas, na sua rua e no seu bairro. ?Qualquer cidadão preservando é um trabalho em prol do coletivo. Plantar ou cuidar de espécies nativas no seu jardim, nas praças, no clube e no espaço onde trabalha são ações que fazem a diferença?, destaca.

Serviço voluntário Além do trabalho individual ou de mobilização em sua região, no Paraná também existem outras ações nas quais o voluntário pode agir a favor da natureza. Um dos exemplos é o trabalho realizado pelo grupo ?Condomínio da Biodiversidade?, que conta com associados dos setores público, privado e pessoas físicas interessadas em atuar na preservação, manutenção, conservação e melhoria da qualidade da vegetação nativa do Estado. O grupo, que existe desde o ano 2000, dá apoio técnico e político à proprietários de imóveis que tem o objetivo de proteger suas áreas naturais, fortalecendo também a participação da comunidade na preservação e resolução dos problemas locais.

Outro exemplo, realizado em Maringá desde 2004, é a Organização da Sociedade Civil Funverde, que faz um trabalho de revegetação da mata de todos os córregos e nascentes da cidade e região. De acordo com Ana Domingues, fundadora da instituição, os colaboradores e voluntários plantam sempre árvores nativas. ?Como forma de proporcionar conhecimento a todos os cidadãos locais foi lançado o manual de prevenção da mata ciliar, com a especificação de 400 árvores nativas das quais 100 são frutíferas, com instruções para qualquer pessoa plantar sua mata ciliar ou reserva legal?, explica.

É possível que os voluntários trabalhem em projetos específicos e fundamentados em organizações que preservam a natureza. Para Ana, a força dos voluntários é necessária para o fortalecimento dos projetos e serve como uma resposta das pessoas aos problemas que temos no planeta. ?Sempre estamos precisando de voluntários de várias áreas, para trabalhar nos vários projetos. São muitos problemas e poucas pessoas para solucioná-los, todos são bem-vindos?, informa. Ser voluntário também pode ser trabalhar para a estrutura que a causa necessita, por isso o apoio nas rotinas administrativas é fundamental para o resultado final dos projetos. Segundo Paulo Pizzo, do Mater Natura, existem também espaços onde os voluntários podem atuar esporadicamente. ?Além de poder ajudar nas ações do dia-a-dia da instituição, o voluntário pode participar de palestras, reuniões e outras atividades que a instituição periodicamente faz para o público em geral?, finaliza.

Engajamento político

A força da população na cobrança de políticas públicas também é necessária para as questões ambientais, como garantir a preservação dos últimos espaços de florestas nativas no Paraná. Pizzo constata que, como em outras áreas no Brasil, precisamos de mais engajamento político da sociedade em geral. ?Infelizmente, em nosso País, as pessoas não acreditam que são capazes de interferir nas decisões políticas, deixando de cobrar seu vereador, governador, deputado ou presidente a respeito dos atos deles?. Para Ana Domingues, da Funverde, uma nova postura dos cidadãos em relação à política também é uma forma de mudar as perspectivas atuais. ?Se a população começar a cobrar os políticos eles terão que trabalhar, fazer o dever de casa e a natureza e a humanidade sairá ganhando?, conclui.

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