Principal centro financeiro da Região Norte, Manaus (AM) abriga o único polo de produção de motocicletas do País. Com 11 fábricas na Zona Franca e mais 10 com planos de iniciar produção nos próximos dois anos, o setor se prepara para uma capacidade produtiva anual de 3 milhões de veículos até 2013. Na primeira metade do ano, as fabricantes de motos investiram R$ 3,5 bilhões na Zona Franca e as autopeças, R$ 1,5 bilhão. Em faturamento e empregos, o polo só fica atrás da indústria eletroeletrônica. Em setembro, o setor faturou US$ 544,2 milhões, segundo a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
O mercado brasileiro de motos assistiu a um crescimento contínuo por praticamente duas décadas, movimento só barrado este ano, após a crise financeira internacional. A indústria vai produzir 1,6 milhão de motos, volume 26% inferior ao de 2008, quando atingiu recorde de 2,14 milhões de unidades, elevando o Brasil a quarto maior produtor mundial, atrás da China, Índia e Indonésia. A falta de crédito retraiu o consumo, mas as fabricantes informam que já registram recuperação gradativa de vendas. Ainda assim, o mercado interno este ano deve encolher 20%, mas em 2010 será melhor.
Uma das medidas de apoio às vendas é a decisão da Caixa Econômica Federal que abre, a partir de hoje, linha de crédito para motoboys. A Caixa financiará a compra de motos em até R$ 8 mil, com recursos de R$ 100 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Mesmo com o mercado retraído, os investimentos do setor foram superiores aos de 2008. Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), Moacyr Alberto Paes, o aporte aplicado no primeiro semestre equivale ao de todo o ano passado. “Com a crise, as empresas colocaram o pé no freio no segundo semestre.”