Cresce o número de fabricantes de máquinas e equipamentos interessados em importar aço da China ou de outros mercados como alternativa para baratear o custo de produção e tornar o produto brasileiro mais competitivo. Desde a semana passada, quando anunciou a formação de um pool de empresas para trazer o produto do exterior, a Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), tem recebido diariamente um número crescente de consultas de associados, de fabricantes de outros tipos de máquinas e até mesmo de empresas não associadas à entidade interessadas em participar do grupo.
“Ficamos surpresos com tamanha reação”, diz o presidente da CSMIA, Celso Casale. “Mas é um sinal de que não podemos continuar reféns das siderúrgicas nacionais.” O aço é o principal componente usado na fabricação de máquinas e equipamentos. Sem contar o segmento de tratores e colheitadeiras, o setor de máquinas e implementos agrícolas usa em torno de 60 mil toneladas de aço por mês.
Os empresários se queixam que o aço brasileiro é muito mais caro que em outros mercados como Europa, China e Estados Unidos. De acordo com Casale, é possível encontrar lá fora chapas de aço, com qualidade semelhante à do produto nacional, até 50% mais baratas. Mesmo incluindo custos com transporte, impostos e demais despesas com importação, o insumo chegaria ao País com valor 20% inferior ao do aço produzido no Brasil.
Até a semana passada, 30 empresas já haviam se cadastrado para fazer parte do pool. Numa primeira leva, a previsão é trazer 50 mil toneladas de aço da China, Rússia ou Índia para o País, ou em quantidade suficiente para quatro meses de produção das empresas do grupo. A lista deve crescer na próxima semana, quando os novos interessados deverão confirmar a adesão ao grupo, informa o presidente da câmara setorial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.