O setor de estruturas de aço estima atingir um crescimento de 5% em termos de produção em 2014, aponta pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) e a Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM). A expansão será puxada pela conclusão de obras de infraestrutura e, principalmente, do segmento comercial, como shoppings e hotéis. Apesar da perspectiva otimista, a terceira edição do estudo, iniciado em 2012, revela uma queda no nível de utilização da capacidade instalada dos fabricantes nos últimos três anos: em 2013 ele ficou em 73%, ante 76% em 2012 e 83% em 2011.

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De acordo com o levantamento, o uso de capacidade instalada abaixo do desejável – que seria no mínimo 80% – é reflexo de um cenário macroeconômico nacional desafiador e instável para toda a indústria. Mesmo assim, o setor se mantém otimista em relação ao seu volume de produção e espera um crescimento contínuo e estável. A pesquisa divulgada leva em conta dados de 2013 e se baseia em informações de 166 empresas. Juntas, elas têm capacidade instalada de 1,523 milhões de toneladas em estruturas de aço.

A gerente executiva do CBCA, Carolina Fonseca, lembra que o recuo no nível de utilização da capacidade instalada é reflexo também do aumento da capacidade produtiva do setor. A capacidade teve alta de 1,4% ante 2012 por conta de investimentos em maquinário feitos de olho na expectativa otimista em relação à Copa do Mundo. Com esse aumento e uma demanda que, na prática, se mostrou estável o porcentual de ociosidade subiu. “Ainda há uma barreira cultural em relação ao uso da estrutura metálica aqui. No Brasil tudo é pensado com concreto”, diz Carolina.

Ela também cita o que considera um ambiente de instabilidade política no País. “A interferência do governo em setores como o de energia e petróleo criou uma retração nas decisões de investimento privado”, aponta. Segundo Carolina, a expectativa do setor é de um aumento dos investimentos em obras infraestrutura e do desenvolvimento de Parcerias Público-Privadas (PPPs) no próximo governo ou na eventual continuidade do governo Dilma Rousseff, ajudando a demanda por estruturas metálicas.

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No ano passado, a produção total do setor de estruturas metálicas foi de 1,127 milhões de toneladas, com 87,2% das empresas concentradas na faixa de produção de até 10 mil toneladas por ano. Analisando o volume de produção das empresas que participaram dos três anos da pesquisa, houve uma ligeira queda de 2,9% na produção do último ano.

Em 2013, o setor registrou um faturamento bruto anual aproximado de R$ 9,1 bilhões e empregou 31 mil trabalhadores. Cerca de 75% dessa receita está concentrada em empresas de pequeno (41%) e médio porte (34,9%), onde estão 91% das companhias que atuam no setor. Do total, 66,3% dos grupos que operam no segmento estão localizados no Sudeste do País e 15,7% no Sul. Juntas, as regiões concentram 82% dos fabricantes.

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A pesquisa mostrou que no ano passado as estruturas de grande porte (shoppings, grandes edifícios, galpões e torres de transmissão), as construções industriais e as obras especiais (para setores como siderurgia, mineração, óleo e gás e sucroalcooleiro) responderam por 79,3% da produção total no período. A participação de construções industriais e obras especiais vem crescendo desde 2011, passando de 31,6% naquele ano a 42,7% em 2013.