O conselheiro independente do Conselho de Administração do Banco Itaú Unibanco, Fábio Barbosa, disse nesta segunda-feira, 21, se sentir satisfeito com a direção que está tomando a relação do sistema financeiro com a economia verde, apesar de o ritmo ser ainda muito lento. O executivo participa de painel no Seminário Internacional – Sistema Financeiro, Economia Verde e Mudanças Climáticas, organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo.

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Para Barbosa, três motivos levam as empresas e instituições financeiras a passarem a olhar para a importância da economia verde: convicção, conveniência e constrangimento. “E o consumidor tem importância nesse processo”, disse Barbosa, acrescentando que, quando presidia um banco no Brasil, alguém teria entrado em sua sala e perguntado o que a instituição estava fazendo para atender o público que se preocupa com questões ambientais. A mudança, no entanto, disse ele, ocorreu quando um empresário do setor madeireiro do Pará o procurou para dizer que trabalhavam com madeiras certificadas e que gostaria de trabalhar com o banco.

Ainda de acordo com o conselheiro, a ética da economia verde não é restritiva, mas abrangente e inovadora. “O consumidor tem um papel importante ao exercer seu papel e expressar suas preocupações”, disse Barbosa, para quem somos julgados com valores de hoje por práticas de dez anos atrás. Coisas que são normais hoje não serão mais lá na frente e o investidor tem que olhar para isso”, disse Barbosa.

Para o conselheiro do Itaú, o sistema financeiro e as empresas têm que aprender a precificar a externalidade. Exemplo disso, de acordo com Barbosa, ocorreu com o cigarro nos Estados Unidos. O país passou a tributar o cigarro para custear as despesas de saúde provocadas por doenças causadas pelo tabaco.

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“Temos que debater, temos que endereçar a questão. O fato de a gente não saber a resposta não quer dizer que a pergunta não exista”, disse Barbosa.