O presidente-executivo da petrolífera norte-americana ExxonMobil Rex Tillerson, destacou a necessidade de estabilidade regulatória no Brasil, dado o esperado aumento dos custos para desenvolver os promissores novos campos de petróleo do País, sobretudo aqueles localizados na camada pré-sal, abaixo do leito marinho. "O governo brasileiro disse que vai honrar os contratos existentes e estou satisfeito em saber que eles vão manter esses acordos", observou Tillerson.
Tillerson fez a declaração durante o World Petroleum Congress, que começou ontem, em Madri, e acaba amanhã. À luz das grandes descobertas de petróleo recentes na área pré-sal da Bacia de Santos, o governo brasileiro está considerando uma mudança na legislação sobre petróleo com intenção de garantir uma maior participação do governo nos novos projetos.
"Ainda estamos nos estágios iniciais dessa nova atividade", afirmou Tillerson. "Tecnologicamente, será uma das mais difíceis do mundo e uma das mais caras". A Exxon possui 40% de participação no bloco BM-S-22, que é adjacente ao bloco BM-S-9, onde a Petrobras encontrou petróleo nos campos Carioca e Guará. A Hess possui 40% de participação no bloco BM-S-22 e a Petrobras controla os 20% restantes.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, sugeriu a criação de uma nova companhia, 100% estatal, para garantir que os lucros das atividades na área pré-sal fiquem no Brasil. A nova empresa terceirizaria as concessões na área e contrataria com companhias para prestar serviços na produção desses locais. Em novembro, o governo retirou 41 blocos de petróleo de um leilão de áreas de exploração de gás e petróleo.
Christophe de Margerie, presidente-executivo da francesa Total, afirmou hoje, no mesmo congresso, que lamenta que sua empresa não tenha trabalhado mais junto com a Petrobras para fazer parte do desenvolvimento de petróleo na área pré-sal e que ficará feliz se a Total ainda puder participar. As informações são da Dow Jones.