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Extensão de cortes na produção de petróleo pode não reduzir estoques, diz AIE

A possível extensão de cortes na produção de petróleo poderá não ajudar a reduzir os estoques globais para os níveis desejados, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).

Em relatório mensal sobre o mercado de petróleo, a AIE informou hoje que os estoques dos países mais industrializados diminuíram cerca de 1 milhão de barris por dia (bpd) em março, mas ressaltou que ainda há muito trabalho a ser feito no segunda metade do ano para que elas caiam ainda mais.

“Demorou algum tempo para que os estoques refletissem a queda na oferta, uma vez que os volumes produzidos antes que os cortes da Opep e de 11 países fora da Opep entrassem em vigor ainda estão sendo absorvidos pelo mercado”, ponderou a AIE.

No entanto, a AIE ressaltou que o “reequilíbrio” está acontecendo e ganhando força, “pelo menos no curto prazo”.

No fim do ano passado, 24 países, incluindo integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e outros que não pertencem ao cartel, como a Rússia, fecharam acordos para reduzir a produção combinada em torno de 1,8 milhão de bpd ao longo do primeiro semestre, na expectativa de trazer a oferta e a demanda de volta ao equilíbrio.

Surgiram dúvidas, porém, de que os esforços de cortes na produção estejam de fato eliminando o excesso de oferta. A produção dos EUA, por exemplo, vem mostrando forte expansão e anulando os efeitos do corte na oferta da Opep, levando os preços do petróleo a oscilar entre US$ 48 e US$ 52 por barril ao longo do último mês.

A AIE prevê que a produção dos EUA crescerá 790 mil bpd este ano em relação ao fim de 2016. Para a oferta fora da Opep, a previsão é de alta de 600 mil bpd na produção de 2017. No mês passado, a entidade previa aumento de 490 mil barris por dia na produção de países que não integram a Opep.

Segundo a AIE, a oferta global caiu 140 mil bpd em abril, graças a quedas na produção fora da Opep. Já a produção do cartel subiu 65 mil bpd no mês passado, a 31,78 milhões de bpd, graças à maior contribuição da Arábia Saudita e da Nigéria. Apesar da elevação, a Opep cumpriu 96% de sua meta de cortar a produção em 1,2 milhão de bpd ao longo do primeiro semestre, de acordo com a agência.

A AIE também previu que a demanda global por petróleo crescerá 1,3 milhão de bpd este ano.

Rússia e Arábia Saudita, os dois maiores produtores de petróleo do mundo, defenderam ontem que os atuais cortes na produção sejam estendidos por mais nove meses, até março de 2018, para garantir o cumprimento do objetivo de reduzir os estoques para a média em cinco anos. A Opep tomará uma decisão final sobre o assunto em reunião marcada para o próximo dia 25, em Viena. Fonte: Dow Jones Newswires.

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