A exportação de produtos manufaturados caiu, no Paraná, 41% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. A informação faz parte do relatório mensal do desempenho do comércio exterior paranaense, divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

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A entidade também apontou um aumento de 26% nas exportações de produtos básicos, entre abril de 2008 e março de 2009, na comparação com os 12 meses anteriores.

Entre as maiores quedas no primeiro trimestre, se destacaram os setores de petróleo e derivados (-65%), veículos automotores (-52%), madeira (-49%) e papel e celulose (-35%). Apenas dois dos 15 principais grupos de produtos apresentaram aumento: açúcares e produtos de confeitaria (71%), e cereais (23%).

Segundo o economista Roberto Zurcher, da Fiep, a queda é “reflexo direto da crise”, e afeta principalmente a indústria. Para ele, o mercado mundial está retraído e os primeiros produtos atingidos são os de maior valor agregado. “Especialmente os bens duráveis, que são os primeiros que as pessoas deixam de comprar”, explica.

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Por outro lado, Zurcher comenta que uma retomada nas exportações de soja pode melhorar os índices paranaenses. Segundo ele, isso pode acontecer se o clima favorecer e os preços internacionais do produto se recuperarem.

“A última safra foi colhida, mas ainda não foi comercializada, porque os preços não estão muito bons. Mas há indícios de que a demanda na China está aumentando, o que pode recuperar o valor do produto”, esclarece, lembrando que os produtos alimentícios são últimos a serem afetados pela crise.

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Participação

De acordo com a Fiep, o chamado “complexo soja” continuou, nos primeiros três meses, como o principal grupo de produtos exportados pelo Paraná -com 23,65% das vendas para o exterior -, mesmo registrando queda de quase 25% no valor exportado, no comparativo com o mesmo período do ano passado.

O grupo de carnes, com 16% de participação, e o de materiais de transportes (15%), vêm em seguida. Junto com a madeira (6%), os quatro grupos respondem por 60,5% das exportações das empresas paranaenses. Porém, todos eles, exceto a soja, estão com tendência de queda.

O presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, afirmou, em nota à imprensa, que os números revelam a influência da crise internacional na economia estadual e brasileira.

“Em função do virtuoso crescimento ocorrido até o terceiro trimestre do ano passado, as consequências da crise demoraram a aparecer. Mas os números não deixam dúvidas sobre a intensidade do ajuste”, declarou.

Ele cobra uma ação mais vigorosa do governo para restabelecer o crédito para capital de giro e para a desoneração tributária dos investimentos e das exportações.