Sustentada pelas exportações, a produção de frangos do Paraná cresceu 10,4% em maio, comparada ao mesmo mês do ano passado. Nesse período, o número de abates passou de 60,2 milhões para 66,5 milhões de cabeças. O volume processado no mês passado (126,5 mil toneladas) foi o segundo maior da série histórica da avicultura paranaense, inferior apenas ao resultado de janeiro deste ano (129,9 mil toneladas). Com essa performance, o Paraná se manteve na liderança da produção de frangos, com 19,1% do total do País (659,5 mil toneladas) – que foi 4,83% maior que em maio do ano passado.
Em relação a abril, houve expansão de 7,4% nos abates no Paraná, enquanto no País o incremento foi de 5,7%. A quantidade produzida pelos abatedouros paranaenses superou em 33,6% o desempenho do setor em Santa Catarina (segundo maior produtor, com 49,8 milhões de cabeças), que apresentou queda de 4,3% sobre o mês anterior. Nos cinco primeiros meses de 2003, a produção paranaense de frango avançou 6,4% em relação ao mesmo período do ano passado, passando de 300 milhões para 319,3 milhões de cabeças. O Estado foi responsável por 19,2% da produção nacional de 3,1 milhões de toneladas, que apresentou elevação de 5,7% sobre igual período de 2002.
“A busca incessante de novos mercados faz o Paraná se manter nesse crescimento contínuo”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná, Domingos Martins. Em maio do ano passado, 16,4% da produção paranaense tinha como destino outros países, percentual que passou para 26,3% no mês passado. Em números absolutos, em um ano, o volume direcionado ao exterior passou de 18,8 mil para 33,3 mil toneladas – o que significa um incremento de 77,1%, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
“Com produtos direcionados a mercados mais elitizados, as indústrias avícolas do Estado têm conseguido melhores negociações e aumentado o valor recebido em dólar”, destaca Martins. Para a Ásia, por exemplo, as indústrias paranaenses de aves estão vendendo coxa desossada com pele e sem pele. “O Paraná tem recebido muitas consultas sobre exportação, porque já se tornou um Estado exportador tradicional e de referência no mercado internacional”, ressalta o presidente do Sindiavipar.
Nem mesmo a diminuição da cota de exportação brasileira de frango para a Rússia atrapalhou as metas previstas para 2003. “Ganhamos mercados paralelos nos países que compunham a antiga União Soviética”, relata Martins. Neste ano, a avicultura paranaense projeta expansão de 12% sobre os US$ 331 milhões exportados em 2002. “O frango é um dos poucos produtos no Brasil que tem a mesma qualidade nos mercados interno e externo”, observa.
Mercado
Com a redução da oscilação do dólar e pouca variação no preço do milho, o custo de produção do frango está estável. “O dólar no patamar ao redor de R$ 3 modifica pouco a planilha a curto prazo. Como a atividade está muito alinhada com o mercado internacional, se a cotação do dólar cair, flutuam tanto os custos quanto a receita”, aponta Martins. “A longo prazo, a queda da cotação do petróleo pode colaborar para baixar os custos das embalagens, porém o reajuste das tarifas de energia elétrica pode impactar positivamente”, comenta o presidente do Sindiavipar.
Para junho, a expectativa é de aumento do consumo de frango também no mercado interno. De acordo com Martins, três fatores devem colaborar para esse aquecimento nas vendas: as restituições do Imposto de Renda, o grande número de categorias profissionais que tiveram reajuste salarial em maio, além da elevação do salário mínimo.