Além da soja, as máquinas para colheita estão entre os produtos exportados. |
A balança comercial paranaense fechou o ano de 2003 batendo recordes em exportações e em superávit. No ano passado, as vendas externas do Estado atingiram a marca histórica de 7,1 bilhões de dólares, superando em 25,5% o valor de 2002 (US$ 5,7 bilhões). Com isso, o saldo acumulado da balança comercial ficou em US$ 3,6 bilhões. O superávit é o terceiro melhor do País e 54,8% acima do que o do ano anterior.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, disse que os bons resultados da balança comercial demonstram que o empresário paranaense é competitivo. “Mesmo diante de altas taxas de juros, da pesada carga tributária e da política cambial, que dificultam a colocação dos produtos brasileiros no mercado externo, o nosso empresariado soube crescer.”
Rocha Loures lembra que nos últimos dez anos a venda de produtos com maior fator agregado vem ganhando espaço na pauta de exportações do Estado. “Até o início da década de 90, os produtos básicos respondiam pela maior parte do resultado do comércio exterior. Hoje, os produtos industrializados representam 57,1% do valor das exportações paranaenses.”
Aumento
O relatório da balança comercial do Paraná, produzido com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, foi divulgado pela Fiep e governo do Estado ontem e mostra que houve aumento de 67,01% nas exportações de bens de capital (máquinas e equipamentos, inclusive de uso industrial), 29,51% de bens intermediários e 12,91% de bens de consumo (duráveis e não-duráveis).
No ano passado, além da conquista de novos mercados, houve a recuperação dos negócios com a Argentina e crescimento acima da média estadual dos negócios com parceiros tradicionais do Paraná como Alemanha, Canadá, Itália e Rússia. Outro fator relevante é que houve aumento de exportações para todos os blocos econômicos mundiais, com destaque para o Mercosul, com uma evolução de mais de 90%.
O Paraná está entre os quatros estados brasileiros que bateram a marca de US$ 7 bilhões em exportações, só ficando atrás de São Paulo (US$ 23 bilhões), Rio Grande do Sul (US$ 8 bilhões) e Minas Gerais (US$ 7,4 bilhões). Depois do Paraná, aparece o Rio de Janeiro (US$ 4,8 bilhões).
Pauta diversificada
Os dados da balança comercial do Estado demonstram que a pauta de exportações paranaenses se diversificou, com a ampliação da participação de produtos industrializados no total comercializado. Dos 40 principais produtos exportados, sete obtiveram crescimento acima de 100%.
Nas vendas de motores diesel e cabines, o aumento foi de 701%, subindo da 99.ª posição na relação dos produtos vendidos em 2002 para a 26.ª. Máquinas e aparelhos de colheitas também tiveram alta. A ampliação foi de 269,85%. Na agroindústria, subiu em 260%, em relação a 2002, a venda de óleo de soja refinado e, em 169%, a venda de adubos e fertilizantes.
No ranking de maiores compradores dos produtos paranaenses, a liderança é dos EUA, com US$ 1,04 bilhão. Os norte-americanos são os maiores compradores de produtos industrializados do Paraná, o que os torna o principal parceiro comercial do Estado.
A novidade foi o crescimento da China, que tem 10,32% do total vendido pelos paranaenses, consolidando a sua posição de segundo principal parceiro comercial do Paraná. (AEN)
Fiep vai estimular capacitação
O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, diz que a capacitação do setor privado é um dos pontos principais para ampliar as exportações. “As vendas internacionais são o caminho para fomentar o crescimento da economia do Estado”, diz Rocha Loures.
Para estimular os empresários, a Fiep vai atuar em duas frentes, a da capacitação e a de obtenção de recursos. A federação, por meio do Senai, vai proporcionar cursos em gestão, comércio exterior, tecnológicos. Esses programas serão realizados com outros desenvolvidos pelo governo de Estado de estímulo ao pequeno e microempresário.
A federação vai buscar recursos para o setor junto ao BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BRDE. Além disto, vai atuar em parceria em programas destinados ao fomento a exportação, com a Apex.
Novos mercados
O coordenador de Mercosul da Seim, Santiago Gal-lo, destacou a conquista de novos mercados pelo empresariado paranaense. Em 2003, houve ampliação nas vendas, em relação a 2002, para Israel (260,06%), Angola (216,65%), Romênia (173,25%), Senegal (160,47%), Canadá (140,51%), Argentina (134,01%) e Malásia (102,85%). No caso da Argentina, explica o coordenador, houve uma recuperação das vendas que diminuíram desde a crise que atingiu o país vizinho em 2001.