As exportações do Paraná cresceram 35,66% nos oitos primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2007, atingindo US$ 10,825 bilhões. As importações também cresceram, e numa taxa ainda maior: 78,10%, totalizando US$ 9,635 bilhões. Os dados são do relatório mensal divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
De acordo com o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, o Paraná está progressivamente batendo recordes de exportação. “Em valores, o que se exportou nos oito primeiros meses de 2008 superou os 12 meses de todos os anos até 2006”, apontou.
Conforme divulgação da Fiep, no volume financeiro de agosto, as exportações atingiram US$ 1,373 bilhão, enquanto as importações registraram movimentação de US$ 1,368 bilhão, o que resultou em um saldo superavitário de apenas US$ 5 milhões.
Produtos do complexo soja seguiram liderando as exportações nos primeiros oito meses do ano, com participação 32,40% e crescimento de 92% em relação ao mesmo período de 2007.
“A significativa expansão do grupo soja é decorrente do aumento dos preços internacionais do produto e das boas safras paranaenses”, explicou Schmitt. O grupo material de transportes (veículos), com participação de 15,42% e crescimento de 9,56%, aparece logo em seguida. Já o grupo carnes ocupa a terceira posição, com participação de 12,37% e crescimento de 56,42%.
Considerando os quatro principais grupos de produtos exportados pelo Paraná (soja, material de transportes, carnes e madeira), que somam uma participação de mais de 66% das exportações totais, o relatório mostra que o grupo madeira é o único a apresentar tendência de queda, com redução de 7,11% de suas vendas no período.
“Continuamos vendendo pau-brasil para o exterior”, criticou o economista Maurílio Schmitt, referindo-se aos produtos primários exportados não só pelo Paraná como pelo País como um todo. “Esse crescimento da exportação surpreende negativamente. Falta política do governo para incentivar as indústrias a processar os produtos primários para exportar. Nossa vizinha Argentina dá bons exemplos, mas o Brasil não segue.”
Importações
Favorecidas pelo câmbio, as importações continuam em alta. De janeiro a agosto deste ano, as compras do exterior somaram US$ 9,635 bilhões. Por categorias de uso, o setor de máquinas e equipamentos respondeu por 46,13% das importações (em valores) este ano. “As empresas continuam aproveitando o câmbio para comprar novas máquinas e ampliar a capacidade produtiva”, destacou Schmitt.