As empresas paranaenses exportaram, de janeiro a novembro de 2009, quase 27% menos que no mesmo período de 2008. Foi o que verificou a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em seu último levantamento mensal, divulgado ontem.
A pesquisa constatou, ainda, que em novembro as exportações foram 9,4% menores que em outubro e que, pelo terceiro mês seguido, totalizaram menos de US$ 1 bilhão, fechando em US$ 767 milhões. O desempenho de novembro deste ano também foi, segundo a Fiep, inferior ao do mesmo mês do ano passado, em 11,6%.
Com o resultado do mês passado, as exportações acumuladas em 2009 chegaram a US$ 10,4 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses (dezembro de 2008 a novembro de 2009), a média, que já experimenta sua 11.ª queda consecutiva, ficou em US$ 950 milhões por mês, equivalente ao de agosto de 2007.
Apesar de maiores que as exportações em novembro, as importações das empresas do Paraná também caíram em relação a outubro (3,6%). A soma das compras internacionais ficou em US$ 1 bilhão. Já no ano, as importações caíram 35,45% em relação ao mesmo período do ano passado.
A soma dos valores importados é de US$ 8,7 bilhões, o que mantém a balança comercial paranaense positiva, com US$ 1,7 bilhão. Em novembro de 2008, o saldo acumulado do ano era menor, de US$ 733 milhões, resultado de US$ 14,27 bilhões em exportações e US$ 13,5 bilhões em importações.
Soja
Mesmo com as exportações caindo 24,25% no ano, os produtos do chamado complexo soja mantiveram a liderança entre os mais vendidos ao exterior, participando com 30,8% do total. As carnes vêm na segunda posição, com participação de 14,5%, seguidas dos materiais de transportes, com 12,7%.
Apenas um dos 15 grupos aumentou as exportações este ano, na comparação com o período entre janeiro e novembro de 2008. O aumento, no grupo açúcares e produtos de confeitaria, foi de 37,45%.
Já as maiores quedas, em 2009, vêm acontecendo entre os manufaturados. O valor acumulado nas vendas, nos primeiros 11 meses do ano, é 38,7% menor que no mesmo período do ano passado.
Assim como nas exportações, o grupo líder nas importações paranaenses, o de produtos químicos, também acumula queda no ano, com valores 50% menores que em 2008.
Os produtos, na maioria adubos e fertilizantes, participam com 19,4% das compras. Os materiais de transportes e petróleo e derivados, que completam a lista dos três grupos com maiores participações nas importações, também tiveram quedas, de 26% e 58,8%, respectivamente.
Já os aumentos aconteceram nos cereais (1,9%), preparações alimentícias diversas (38,3%) e Carnes (7,8%). O coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, afirmou, através de um comunicado oficial da Federação, que o comportamento observado é “típico do atual momento”.
Para ele, a crise afeta mais os produtos que não são de primeira necessidade, ou seja, podem ter suas compras adiadas. Por outro lado, ele analisou que produtos de consumo corrente ficaram relativamente imunes ao fenômeno.
China
Entre os países, a China mantém a posição de principal parceira comercial do Paraná. Em 2009, até agora, ambos movimentaram US$ 2,36 bilhões em produtos, sendo US$ 1,2 bilhão em exportações e US$ 1,15 bilhão em importações. O segundo parceiro do Estado no ano vem sendo a Argentina, US$ 2 bilhões movimentados e, em terceiro, a Alemanha, com US$ 1,47 bilhão.
