Exportações do Brasil crescem 9% em quantidade no ano

O diretor de estatística e apoio às exportações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Herlon Brandão, enfatizou nesta terça-feira, 3, que a queda mensal da média diária das exportações de 4,1% em outubro na comparação com o mesmo mês de 2014 foi a menor do ano. “Essa foi a menor queda mensal das exportações e, mesmo assim, foi causada por preço”, salientou. “O efeito preço vem se dissipando ao longo do ano com a estabilidade”, acrescentou.

Segundo Brandão, como o efeito do preço é menos importante para o comportamento das exportações, é possível já ter crescimento mensal das exportações em novembro. “O preço deve afetar menos daqui para frente. Os preços estavam altos em 2014, tiveram baixa nos últimos meses e 2015 veio nesse patamar baixo”, citou. Ele disse também que a queda dos preços vai deixar de pesar na comparação anual. A expectativa do MDIC é de superávit de US$ 15 bilhões este ano.

O crescimento das quantidades também é importante, de acordo com o diretor. No ano, a alta está em 9%. “No mundo, é um dos maiores (crescimentos)”, disse. “Enquanto em valor a baixa foi de 21,8%, o quantum teve aumento expressivo de 9%. No mês de outubro é mais significativa ainda a alta do quantum, de 25%”, continuou.

Ao mesmo tempo, ele citou que o Brasil continuou a ter queda do déficit da conta petróleo este ano em outubro, o que contribui para o resultado de 2015. Nos primeiros 10 meses a conta está negativa em US$ 4,526 bilhões. O petróleo bruto teve aumento de 51,7% do volume exportado em 2015 e os preços caíram 50% este ano.

China

Brandão enfatizou que as exportações brasileiras para a China subiram pelo segundo mês seguido em outubro. Em setembro, a alta em relação ao mesmo mês de 2014 foi de 22,8% e no mês passado de 31,9% na comparação com outubro de 2014. Os principais destaques de venda foram soja, milho e petróleo. “A China deve manter crescimento ao longo dos próximos meses por conta do efeito preço”, previu o diretor.

Depois de dois anos, é a primeira vez também que há aumento das exportações para a Argentina, puxadas, principalmente, pelo setor automotivo. O diretor disse ainda ser cedo para falar que se trata de uma tendência. “Precisamos analisar menor”, enfatizou. Segundo ele, o setor automotivo brasileiro tem se beneficiado pela desvalorização cambial, mas pode também ser um motivo ou indício de recuperação econômica do país vizinho. “É interessante notar o crescimento para a Argentina e a China. Talvez elas se mantenham nos próximos meses.”

Brandão destacou o crescimento das exportações e carne bovina para China, fruto da liberação sanitária de frigoríficos. “Estava incipiente até então”, comparou. De janeiro a outubro de 2014, o Brasil vendeu US$ 338 mil em carnes para o País e nos mesmos meses deste ano a cifra saltou para US$ 306 milhões. Em quantidade, a elevação foi de 79 toneladas nos primeiros 10 meses de 2014 para 61 mil toneladas este ano.

Destaques

Especificamente sobre o mês de outubro, Brandão citou alguns itens que mereceram destaque de exportação, como minério de ferro, soja, milho, celulose e petróleo. Ele também disse que a venda de automóveis tem ajudado o resultado da balança comercial em alguns mercados, como o da Argentina e do México. Segundo ele, as vendas de veículos de janeiro a outubro tiveram aumento de 72,9% em termos de volume para o México em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a alta foi de 56,3% em valor. O Brasil exportou para esse país 30 mil unidades de automóveis de passageiros nos primeiros 10 meses do ano passado e 51 mil em igual período deste ano.

Para a Argentina, de acordo com o diretor, as vendas de veículos subiram 4% em volume, mas ainda têm queda de 3,8% em valor. “Possivelmente isso ocorre por causa da venda de automóveis mais baratos”, intuiu. O Brasil vendeu para o país vizinho 207 mil carros de janeiro a outubro de 2014 e 215 mil nos mesmos meses de 2015.

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