Estado é o maior produtor |
Em dois anos o Paraná duplicou os embarques de carne de frango para o exterior, passando dos US$ 336,11 milhões em 2002 para US$ 683 milhões em 2004. A venda de produtos de maior valor agregado, como cortes especiais e pré-cozidos, é uma das razões para a alta recorde de faturamento nas exportações. De acordo com o presidente do Sindicato dos Abatedouros e Empresas Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, o Japão é um dos países cuja demanda por cortes especiais é maior, além de ser o principal comprador de frango do Estado. "As empresas paranaenses têm todas as condições para atender os pedidos de acordo com o perfil de cada país comprador, o que resulta em um faturamento maior no fim do ano", afirma.
Só de 2003 para 2004, o Estado aumentou o volume financeiro das exportações em 51%. Outras razões para este crescimento recorde é a facilidade de escoamento da produção pelos portos do Paraná e de Santa Catarina, a política de sanidade avícola implantada no Estado e a alta disponibilidade de produtos pelas indústrias. "As cooperativas, principalmente, focaram bastante o mercado internacional em 2004", completa.
Além do Japão, responsável por mais de 20% das compras de frango do Paraná (em US$), outros mercados importantes para o estado são: Arábia Saudita, Países Baixos (Holanda) e Rússia.
No país
No ano passado o Brasil registrou alta de 48,98% em relação ao volume financeiro exportado em 2003. Desde 2002, o aumento chega a 92,49%. O Paraná, de acordo com Domingos Martins, foi o Estado que mais contribuiu para este resultado nacional, já que apresentou o maior crescimento nas exportações nos últimos dois anos. Santa Catarina, hoje o maior exportador de frango do país, apresentou alta de 34,33% em 2004 sobre 2003 (em US$). O Rio Grande do Sul permanece como terceiro exportador de carne de frango do país.
Já em relação à produção de aves, o Paraná confirmou em 2004 sua liderança: foram abatidas mais de 926,189 milhões de cabeças – 14% mais do que em 2003. Em todo o Estado são 33 unidades abatedoras associadas ao Sindiavipar, sendo que 20 delas estão habilitadas a exportar.
Perspectivas para 2005
Para este ano, a expectativa de Martins é que a produção e a exportação de frango cresçam 15%. "Este percentual de aumento nas vendas externas é calculado em cima de uma base de 681 mil toneladas exportadas, o que é bastante significativo", afirma.
Segundo ele, este ano mais empresas estão direcionando a produção para o mercado externo, seja pela busca de novos compradores ou pela conquista de habilitação perante o Ministério da Agricultura e Pecuária.
O presidente do Sindiavipar completa que todos os dias pelo menos uma empresa paranaense recebe a visita de uma comitiva internacional de interessados no frango produzido no Paraná. "O plano de sanidade avícola implantado em parceria com o governo do Estado é muito bem visto pelo mercado externo, o que facilita o fechamento de novos negócios", afirma.
Pioneiro
Neste ano de 2005 a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento começa a fazer um rastreamento minucioso das áreas criadoras de frango no Paraná, para garantir o controle sanitário no Estado. Há dois meses representantes do setor avícola entregaram ao Vice Governador Orlando Pessuti um computador e um aparelho G.P.S. para a localização de todas as áreas avícolas.
De acordo com Odilon Douat Baptista Filho, chefe da seção de sanidade avícola da Seab, com o rastreamento será possível evitar, por exemplo, que um vírus identificado em uma granja se espalhe para outras unidades. "Esta é a garantia que os compradores querem: de que tudo está sendo feito para evitar uma doença aviária."
Novos critérios para a "cama"
O Ministério da Agricultura decidiu alterar a redação da Instrução Normativa n.º 15, de 24 de dezembro de 2004, que define os critérios para o uso da cama de aviário (cama de frango) e esterco de aves na adubação de pastagens e capineiras. Um grupo de trabalho formado por técnicos do Mapa está finalizando o texto de uma nova instrução que deverá ser divulgada nos próximos dias.
O chefe da Divisão de Insumos e Serviços Agrícolas do Mapa, José GuilhermeTollstadius Leal, informou que a nova redação será objetiva e bastante clara, estabelecendo as normas de segurança que deverão ser seguidas na utilização da cama de frango. Na embalagem, constarão as recomendações e os cuidados que deverão ser observados na aplicação do produto.
Ele esclareceu que a instrução normativa é extensa e regulamenta não só o uso da cama de frango como também outros assuntos do setor agrícola. "Por isso, vamos redigi-la agora de tal maneira que evite qualquer dúvida dos pecuaristas na utilização do insumo."