O grupo Siemens está fechando o ano de 2004 com um saldo bastante positivo, principalmente no que diz respeito a exportações. Os dados foram apresentados ontem em São Paulo, quando os executivos da empresa mostraram bastante otimismo em relação a política econômica do Brasil. Porém, criticam a falta de investimentos principalmente em infra-estrutura, sendo uma das principais falhas que podem atrasar o desenvolvimento do País.
O faturamento neste ano de 2004 se apresenta 27% superior a 2003 (um total de R$ 5,9 bilhões). Na área de entrada de pedidos a empresa teve um crescimento de 45%, totalizando R$ 6,1 bilhões. Desse setor, 30% ainda irão se diluir em 2005, pois representam contratos de longo prazo. Já o setor de exportações teve um salto bastante representativo, de mais de 150%, atingindo R$ 620,5 milhões.
Boa parte desse resultado veio através dos investimentos feitos na unidade da Siemens de Curitiba, cuja fábrica estará completando 30 anos em 2005, junto com os 100 anos de atuação do grupo no País. De acordo com o vice-presidente e diretor de Telecomunicações da Siemens, Aluízio Byrro, a unidade de Curitiba, desde o ano passado, passou a ser o centro mundial para exportações de plataformas de comunicação (modelos de PABX com tecnologia de convergência de voz e dados).
Para isso recebeu cerca de US$ 20 milhões de investimentos, sendo que atualmente já exportaram US$ 90 milhões. "Conseguimos fazer de uma planta complexa, que passava por dificuldades em função da crise da telefonia fixa, um resultado extraordinário", comentou. E isso fez com que o setor de telecomunicações tivesse o melhor desempenho entre os produtos ofertados pela Siemens com crescimento de 56% do faturamento.
O segmento de energia foi outro propulsor das exportações da empresa. Além do aumento da comercialização de transformadores de força para os Estados Unidos, a unidade de energia elétrica também entrou em outros mercados como o Chile, além de toda a América Latina.
Posição
O faturamento do grupo Siemens mundialmente foi de mais de US$ 100 bilhões. O Brasil, com suas doze unidades, participa com cerca de 2% desse resultado, sendo que a América Latina tem 4,5% e a China 5%. O diretor da Siemens no Brasil, Adilson Primo acrescenta que as projeções da empresa para 2005 foram feitas em maio desse ano, e apontavam para um crescimento nas vendas em torno de 15% a 20%. Hoje, porém, ele acredita que isso precisará ser revisto, pois alguns setores como energia e celulares podem mudar esse cenário.
Só a linha de celulares, por exemplo, teve um aumento de 20% além do planejado. A expectativa da empresa é pegar um filão de mercado que deve chegar a 15 milhões de novas habilitações. Atualmente existem 60 milhões de habilitações com uma taxa de renovação de aparelhos em torno de 28 meses. "Também precisamos saber quanto o Brasil vai crescer, bem como o crescimento de onde a Siemens atua", falou. Primo aposta em uma taxa de crescimento médio de 4% para o País no ano que vem. A meta da empresa em termos de exportações para os próximos dois anos é atingir US$ 50 bilhões.