Exportações começam setembro em alta

Foto: Arquivo/O Estado

Porto de Paranaguá: porta de saída de produtos brasileiros.

As exportações brasileiras registraram aumento nas três categorias de produtos durante as duas primeiras semanas de setembro. Segundo os dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o aumento de 18,9% das exportações, na comparação com a média diária de setembro de 2005, foi sustentado pelo crescimento de 49% nas vendas de semimanufaturados, de 21,9% nos manufaturados e de 5,9% dos básicos. No acumulado de setembro, as exportações somam US$ 3,010 bilhões, com média diária de US$ 602 milhões.

Os produtos que se destacaram entre os semimanufaturados foram catodos de cobre, celulose, ferro-ligas, alumínio em bruto, couros e peles, açúcar em bruto, óleo de soja em bruto e ferro fundido. O aumento das exportações de manufaturados ocorreu principalmente por conta de gasolina, hidrocarbonetos e seus derivados, álcool etílico, laminados planos, polímeros plásticos motores para veículos, aviões, bombas e compressores, autopeças e calçados. Já o crescimento dos embarques de produtos básicos ocorreu graças às vendas de milho em grão, fumo em folhas, carne bovina, suína e de frango, minério de ferro, café em grão e farelo de soja.

Relativamente a agosto de 2006, as exportações apresentaram aumento de 1,5% (de US$ 593,1 milhões na média diária para US$ 602,0 milhões em setembro), devido ao crescimento de 10,6% nas vendas de manufaturados e de 2,4% de semimanufaturados. Os básicos apresentaram queda de 11,2%.

Importações

A média diária de importações até a segunda semana de setembro, de US$ 437,8 milhões, ficou 45,6% acima da média de setembro de 2005 (US$ 300,7 milhões). Cresceram as importações, principalmente, de aeronaves e partes (169,9%), combustíveis e lubrificantes (149,4%), cereais e produtos de moagem (73,1%), farmacêuticos (46,2%) e siderúrgicos (37,4%). Na comparação com agosto, segundo o Ministério do Desenvolvimento, o crescimento foi de 10,3%. Houve aumento nos seguintes produtos: aeronaves e peças (68,6%), combustíveis e lubrificantes (60,5%), cereais e produtos de moagem (21,7%), siderúrgicos (5,9%) e equipamentos mecânicos (5,7%). As importações em setembro acumulam US$ 2,189 bilhões.

O superávit comercial em setembro é de US$ 821 milhões. No ano, as exportações totalizam US$ 91,174 bilhões e as importações, US$ 60,725 bilhões, com saldo positivo de US$ 30,449 bilhões.

Furlan diz que superávit comercial chegará a US$ 45 bilhões

São Paulo (AE) – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, afirmou ontem que a meta de superávit comercial para o ano, de US$ 42 bilhões, será superada e poderá chegar aos US$ 44 bilhões ou US$ 45 bilhões.

Segundo ele, os meses de julho e agosto surpreenderam e os primeiros dias de setembro também têm mostrado bons resultados. ?Nossa perspectiva é de que o superávit vá se aproximando do apurado no ano passado, apesar do crescimento das importações que vem acontecendo?, disse. ?Estamos analisando esse assunto entendendo que continua havendo uma grande vitalidade das exportações em alguns setores, mas, ao mesmo tempo, as importações vão superar US$ 90 bilhões. Possivelmente, vamos nos aproximar de US$ 45 bilhões.?

Questionado sobre se ainda acredita num crescimento do PIB na ordem de 4%, Furlan afirmou que os números do terceiro trimestre vão surpreender. ?Eu sempre acredito até os 90 minutos do tempo de jogo. Acho que o terceiro trimestre vai mostrar essa retomada do crescimento e, a partir daí, nós podemos ter um prognóstico mais preciso do PIB de 2006?, disse.

Ele citou que 9 entre 10 analistas não acreditam nas perspectivas de seu ministério na área de comércio exterior. ?E os números às vezes mostram exatamente o oposto. Eu não perdi a esperança para o ano de 2006?, finalizou.

Conselho

Furlan disse ainda que vai propor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a criação de um Conselho Nacional de Desenvolvimento do Comércio, nos mesmos moldes do grupo criado para a discussão da indústria.

Furlan disse esperar que, mesmo que o projeto de lei demore para ser aprovado no Congresso, o setor já comece a se reunir antes mesmo da regulamentação. ?O objetivo é ter um canal adequado de diálogo entre o governo federal e o setor de comércio, para viabilizar medidas que possam facilitar e estimular a produção, o emprego e as vendas, como temos feito com a indústria?, comentou. Segundo ele, participariam do conselho ministros da área econômica e lideranças do setor de comércio de todo o País.

Sobre a Rodada Doha, o ministro afirmou ser um alento a reunião do G-20 realizada no último fim de semana no Rio de Janeiro. Segundo ele, a reunião sinaliza que este assunto não vai ficar parado. ?Gradualmente, vão-se procurando pontos de convergência e também a fixação de uma agenda propositiva e dinâmica para o próximo ano?, opinou.

Receita das exportações de carne bate novo recorde

Rio (AE) – A receita das exportações brasileiras de carne bovina bateu o recorde de US$ 403 milhões em agosto, informou a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). O valor é 13,2% maior que o recorde anterior, de julho deste ano, quando alcançou US$ 355,9 milhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 232,5 milhões) o avanço foi de 73,3%.

A Abiec credita tal desempenho ao aumento do preço do produto no mercado internacional. O valor médio da carne in natura em agosto foi de US$ 2.554 por tonelada, 13,67% maior que os US$ 2.246,88/t apurados em agosto de 2005. Com relação a julho, quando o preço médio foi de US$ 2.520,59/t, o valor subiu 1,3%. Nas carnes industrializadas o preço médio em agosto foi de US$ 3.158,82/t, 1,79% maior que no mesmo mês do ano anterior, mas 1,25% menor que em julho.

Em volume, as exportações do mês totalizaram 248.299 toneladas equivalente-carcaça, aumento de 6,77% sobre os embarques de agosto de 2005 e de 12,53% sobre julho.

De janeiro a agosto deste ano a receita com as exportações de carne somou US$ 2,4 bilhões, aumento de 15,93% comparado a igual período de 2005. Já o volume cresceu 3% no mesmo período. Nos oito meses de 2006, os embarques físicos foram de aproximadamente 1,544 milhão de toneladas.

Segundo a Abiec, a Rússia aparece como o principal país de destino de carne in natura neste ano, com receita de US$ 319 milhões para 210 mil toneladas do produto. O segundo país na lista é o Egito, com receita de US$ 276 milhões e 222 mil toneladas. Holanda, Itália, Reino Unido, Argélia e Alemanha aparecem logo em seguida. Também nos primeiros oito meses do ano os Estados Unidos foram os que mais compraram carne industrializada (US$ 186 milhões, para 109 mil toneladas) seguidos do Reino Unido, Itália, Holanda e Alemanha.

Apesar de o Chile ter aberto mercado para o Rio Grande do Sul, o país não apareceu entre os dez maiores importadores. Quando não havia embargo, o Chile era o terceiro maior comprador do Brasil.

Os números do mês de agosto mostram ainda os reflexos dos embargos de alguns países à carne brasileira, em decorrência do surgimento do foco de febre aftosa em outubro de 2005 em Mato Grosso do Sul. Na expectativa de que os embargos sejam eliminados nos próximos meses, a Abiec mantém a previsão para o fechamento do ano de 2006 em torno US$ 3,900 bilhões de receita cambial.

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