Exportações brasileiras superam US$ 100 bilhões

As exportações brasileiras somaram US$ 100,153 bilhões no período de 12 meses encerrado em fevereiro. É a primeira vez que as vendas ao exterior ultrapassam a barreira dos US$ 100 bilhões no acumulado de um ano. A meta do governo para 2005 é atingir vendas externas de US$ 108 bilhões, mas o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, sinalizou ontem que ?poderá reavaliar para melhor? essa previsão no segundo semestre.

As exportações de US$ 108 bilhões no ano representariam um crescimento de 12% sobre o volume de 2004 – US$ 96,4 bilhões.

Nova meta

Ao ser informado oficialmente ontem sobre o resultado obtido no comércio exterior, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou uma meta ainda mais ambiciosa, de US$ 150 bilhões. ?Vamos ter que discutir para quando?, disse Furlan.

Lula recebeu a confirmação da meta de US$ 100 bilhões a bordo do avião presidencial, ao lado do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante.

Segundo Furlan, o presidente dirigiu-se aos empresários que estavam reunidos no Ministério do Desenvolvimento para agradecer o esforço de ampliar o comércio exterior, e se mostrou disposto a marcar uma comemoração para o resultado.

Resultado

O resultado de fevereiro colaborou para que o comércio exterior atingisse a meta de US$ 100 bilhões antes de março, prazo previsto pelo governo.

No mês passado, o País exportou US$ 7,756 bilhões e importou US$ 4,970 bilhões, o que resultou em um superávit comercial – saldo positivo entre exportações e importações – de US$ 2,786 bilhões, um crescimento de 41% sobre o mesmo mês de 2004. Em relação a janeiro, o crescimento foi de 27%.

O desempenho positivo do comércio exterior brasileiro prossegue mesmo com uma cotação baixa do dólar, em torno de R$ 2,60. As exportações de fevereiro surpreenderam até mesmo o ministro Furlan, pois a média diária das vendas externas superou a registrada em janeiro em 21,6%.

No acumulado do ano, o superávit comercial já é 39% maior na comparação com o mesmo período do ano passado, com saldo de US$ 4,970 bilhões.

Medidas

O governo deverá anunciar até o fim de março medidas para ?melhorar a competitividade? das empresas exportadoras e compensar parte dos prejuízos provocados pela queda do dólar, segundo informou o ministro Luiz Fernando Furlan. Entre as medidas reivindicadas pelos empresários em reunião realizada ontem, está o aumento do prazo para ?internação? dos recursos externos.

O representante da Companhia Vale do Rio Doce na reunião, Fábio Barbosa, explicou que um prazo maior aumentaria a flexibilidade cambial, diminuindo as pressões sobre o câmbio no curto prazo.

As empresas querem que o prazo atual de 180 dias seja esticado para mais de um ano. Desta forma, além de eliminar o custo das transações de venda ao receber pagamento pelos produtos exportados e depois de compra para pagar dívidas, a medida reduziria também o volume de vendas de dólares, que tem forçado a desvalorização da moeda americana no Brasil.

O ministro evitou dimensionar o impacto do dólar abaixo de R$ 2,60 nas exportações, mas destacou que irá trabalhar para reduzir os custos dos processos aduaneiros e das transações, além de melhorar as condições de logística e dos portos brasileiros a fim de incentivar as exportações.

Apesar de concordar com o aumento do prazo para a internação dos recursos externos, Furlan não informou por quanto tempo esse período poderá ser estendido.

O presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, reforçou o coro pelo aumento do prazo de internação. ?A medida é positiva para os exportadores porque vai ter efeito no custo que existe entre a internação e a externação?, disse.

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