As exportações brasileiras registraram, em agosto, o segundo melhor saldo mensal do ano, com vendas de US$ 19,747 bilhões, contra US$ 20,451 bilhões do mês anterior. Na média diária, as vendas de agosto foram melhores que as de julho, mas o mês anterior teve dois dias úteis a mais, de acordo com Welber Barral, secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Segundo ele, as exportações de janeiro a agosto somaram US$ 130 843 bilhões, com crescimento de 29,3% sobre o mesmo período de 2007, acima, portanto, do crescimento médio mundial, de 15,3% ao ano. Destacou também que no acumulado dos últimos 12 meses as vendas somam US$ 189 bilhões, muito próximo da meta anual de US$ 190 bilhões, o que “deve provocar revisão da meta no próximo mês”.
Barral disse que tanto as exportações quanto as importações tiveram evoluções recordes, em que pese as compras de produtos externos terem crescido mais e provocado menores saldos comerciais (exportações menos importações). O saldo de agosto, no valor de US$ 2,269 bilhões, foi 35,92% menor que em agosto do ano passado; e no acumulado do ano o superávit soma US$ 16,907 bilhões, com queda de 38,43% em relação a igual período de 2007.
O secretário de Comércio Exterior disse que os destaques nas exportações de produtos manufaturados em agosto, comparados ao mesmo mês do ano passado, foram gasolina (+121,4%), álcool etílico (+94,1%), óxidos e hidróxidos de alumínio (+74,2%), tratores (+48,2%) e aviões (+35,8%). Quanto aos semimanufaturados, as maiores vendas externas foram de produtosd de ferro/aço (+231,7%), ferro fundido (+153,4%), ferro-ligas (+76,3%) e óleo de soja (+55,2%).
Entre os produtos básicos, os maiores aumentos ocorreram nas vendas de minério de cobre (+224,1%), petróleo em bruto (+144 1%), minério de ferro (+110,1%), soja em grão (+75,1%), carne de frango (+ 69%), carne bovina (+49,3%), café em grão (+30,7%), carne suína (+29,4%) e farelo de soja (+23,5%).
Além do crescimento de tradicionais produtos da pauta de exportações, Welber Barral destacou, no grupo dos manufaturados, que houve ampliação significativa de itens com pequena participação no rol de vendas brasileiras lá fora, o que mostra a continuidade do processo de diversificação da pauta brasileira de exportações. Entre eles, tubos flexíveis, soda cáustica, resíduos de petróleo como coque e betume, carbonetos, leveduras, produtos hortícolas e até farinhas e torresmos.
O secretário afirmou que as vendas foram maiores em todos os principais blocos econômicos, com destaques para a Ásia (+76,3%) especialmente para a China, por conta principalmente de minério de ferro, soja em grão, siderúrgicos, combustíveis e carnes. Houve crescimento considerável também para a África (+68%) em gasolina, açúcar, carnes, minérios, máquinas e equipamentos; para a Europa Oriental (+52,4%), Mercosul (+40,9%) e Oriente Médio (+31,7%).
As menores taxas de crescimento foram dos países mais diretamente afetados pela crise financeira no mercado imobiliário; razão porque as vendas para a União Européia aumentaram só 26% e para os Estados Unidos 18,8%. Apesar disso, os EUA continuam sendo nossos maiores compradores (US$ 2,411 bilhões no mês), seguidos de China (US$ 1,972 bilhão), Argentina (US$ 1,694 bilhão), Países Baixos (US$ 995 milhões) e Alemanha (US$ 786 milhões).
Barral ressaltou ainda que houve expressivo crescimento das exportações também para mercados não-tradicionais na pauta brasileira, como Islândia, Ilhas Virgens, Paquistão, Luxemburgo, Zimbabue e Chade, como resposta ao esforço de diversificação do comércio externo.